quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Me espera: Final

No outro dia Márcia vai trabalhar arrasada, sentindo-se a melhor amiga do noivo... "Se existe alma gêmea, a minha passou pela minha vida e eu nem ví! É isso! Perdi minha chance de ser feliz no amor! Ou então, meu destino é aprender a viver sózinha... Mas eu não queria..." Esses e mais outros muitos pensamentos tristes e solitários passaram pela cabeça de nossa "heroína"... O dia foi longo, penoso e, como sempre, solitário...
À noite, ao chegar do escritório, Márcia se depara com um lindo arranjo de tulipas, suas preferidas, na porta de sua casa. Ela corre até ele e se agacha para pegá-lo e procurar por um cartão, mas não havia nenhum cartão... Ao invés disso, uma voz muito familiar atravessa a escuridão, ainda sem um rosto:
-Eu acho que eu esperei por você a minha vida toda, mas a minha cabeça era um turbilhão de pensamentos, medos e incertezas... Então, no meio do turbilhão virei pai, me casei, você se casou... (uma pausa longa e dolorida para Márcia, que não conseguia se mover e tão pouco respirar ) Eu esperei você me ligar... Mas como, se eu vivia viajando? Então eu fui te procurar e tudo parecia ter parado no tempo. Nada tinha mudado! Foi tão bom te ver de novo!
Então Luciano começa a aparecer, do outro lado da varanda, vem andando lentamente até Marcia, que segue feito estátua.
-Mas como você estava casada eu resolvi seguir a minha vida sem você, conheci uma moça muito legal, sorridente feito você...
-Mas... (Márcia é interrompida por um gesto de silêncio de Luciano, dedo nos lábios dela)
-Ainda não terminei... Mesmo com ela eu queria ter você, era você que eu deseja ter em meus braços! Eu esperei você aparecer do nada, mas percebi que pra você isso poderia ser mais difícil. Então eu vim pra cá, na esperança de que você também me esperasse!
Nesse momento Luciano se ajoelha na frente de Márcia, pega suavemente sua mão e diz:
-Por favor, vamos parar de esperar? Eu quero, não! Não quero! Eu preciso viver ao seu lado, sentir o seu cheiro, ver seu sorriso todas as manhãs, rir com você, chorar com você!!! Casa comigo?
Nesse instante toda a luz do Universo foi parar no rosto de Márcia e um sorriso feliz e sincero, acompanhado de algumas lágrimas de felicidade invadiram seu rosto. Ela se ajoelhou e o abraçou:
-Sim! Caso com você! Cansei de te esperar, quero viver com você!!!!
E os dois se beijaram e passaram a noite mais linda da vida deles, a primeira de muitas noites em que estariam juntos! Para sempre!

FIM

PS: Pena que essas coisas sejam apenas ficção....

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Me espera- Cap 6




Mudança é sempre uma bagunça! Márcia adorava mudanças porque elas traziam novas pesrspectivas de vida. Um mundo novo a ser explorado!

A casa era pequena mas aconchegante, tinha uma pequena lareira na sala de estar. Uma poltrona colocada estratégicamente na frente da grande janela de vidro era o lugar onde Márcia se sentava para saborear um bom vinho tinto e observar a paisagem. Passava horas alí, principalmente nos finais de semana "do pai".

A nova vida era pacata, mas Márcia gostava disso, na verdade ela andava há muito tempo precisando disso! Ian tinha se adaptado muito bem à nova vida, já tinha uma porção de amigos e estava aprendo a bricar até não se conseguir distinguir a cor de sua roupa ou da sua pele!

No novo trabalho tudo ia as mil maravilhas: Márcia tinha uma sala só dela, seu trabalho era elogiado e logo virou a queridinha da cidade, todos adoravam os seus projetos "com a cara dos donos". Finalmente ela estava projetando casas para gente "de verdade", gente que ela conhecia!

Um belo dia, Márcia estava procurando uns papéis que não encontrava em lugar nenhum. Eram os documentos de um novo projeto. Sua posição não era nada ortodoxa (estava praticamente de quatro, remexendo na prateleira de baixo da estante de sua sala, e de saia), quando ouve uma voz vinda da porta:
-É aqui que eu encontro a melhor arquiteta do mundo?
Não! Não podia ser Luciano? Ele nem sabia que ela havia mudado! Ou sabia? Entretanto era melhor se arrumar... Mas como se as suas pernas já não a obedeciam mais??? Márcia sentiu seu rosto enrusbecer, seu coração estava decido a sair do seu corpo pela boca!!! E agora? O que dizer? Mas que diabos que Luciano gostava tanto de aparecer de surpresa!!! Será que ele sumiria de novo? Vida de engenheiro de uma empresa multinacional não é fácil, viagens e mais viagens pelo mundo... Mas como foi mesmo que ele tinha descoberto o paradeiro dela? "Melhor perguntar", ela pensou quase já falando. Virou-se lentamente, quase conseguindo levantar e disse:
-E aí viajante? De novo em casa?
-É... Precisamos conversar sobre umas coisas...
"Pronto! Ele vai casar e veio me convidar para ser madrinha, igual àquele filme" pensou Márcia.
-Primeiro me conta como você me achou aqui.- ela disse no seu último momento de coragem.
-Ué!? Esqueceu que posso te encontrar no meio da multidão? Segui seu cheiro!- Luciano disse isso soltando uma gargalhada magnífica
-Meu cheiro?! Virou cão farejador Lu?- o mesmo tom de brincadeira seguiu a frase de Márcia
-É! Seu cheiro e uma ligação pra sua mãe resolveram tudo!
-Ah... Minha mãe, é claro!
-Então? Vamos almoçar e colocar os assuntos em dia ou você pretende passar o dia todo de quatro?
Márcia sorriu e se levantou calmamente, vai que as pernas falham de novo!
E lá se foram os dois almoçar em um restaurante com pretensão de cantina. Luciano começou a conversa que eles precisavam ter assim que os dois se acomodaram na mesa:
-Então Má! Fui demitido... Tô ficando velho e tinha muita gente nova, que ganha menos, querendo o meu lugar... Então pensei, já estava na hora de me aquietar num canto, quem sabe abrir meu próprio negócio. Mas onde? Capital nem pensar! Não suporto aquele trânsito que não anda e nem aquela gente mal humorada 24 horas por dia.
De novo o coração de Márcia estava tentando fugir do seu peito pela boca... E Luciano continua:
-Aí me deu uma saudade de casa... -disse isso e ficou em silêncio olhando o vazio.
-Ué!? Mas sua casa não é na capital? -Márcia disse capital gesticulando aspas com as mãos no ar
-Achei que era, mas não é... -Luciano parecia que queria dizer algo mas faltavam palavras- Então você se separou né?!
-É...- um é reticente e quase parecido com um rosnado- Flagrei o safado aos beijos com outra... Mas estou bem melhor sem ele! Descobri que não o amava, acho até que nunca o amei! A separação foi morna, assim como foi o casamento. Nossa! Assinamos o divórcio na semana passada. Quanta burocracia... Ter que esperar dois anos!!! Mas agora sou livre, dona de mim, com a certeza de quem eu sou, do que eu quero e do que eu preciso. - disse isso e sorriu confiante, como alguém que acabara de derretar o mais feroz dos inimigos
-Que bom! Estou feliz por você! Sempre achei que você merecia coisa melhor!
E deste ponto em diante a conversa girou em torno de amenidades, dos filhos. Ah sim! Já ia me esquecendo, Luciano tinha um casal do seu primeiro e último casamento, como ele gostava de dizer. Um casamento que começou do modo errado, pela "obrigação" da gravidez e terminou de forma bem previsível, um ano depois.
No final do almoço eles se despediram e Luciano disse, em tom de comentário casual, que ficaria na cidade por uns dias. Márcia insistiu para que ele ficasse na casa dela, já que Ian estava de férias na casa do pai mas ele recusou gentilmente o convite, dizendo que não queria ser um estorvo.
Dessa vez o beijo de despedida foi no rosto... Márcia se arrastou até a sua sala e desabou na cadeira com um único pensamento: "Ele vai se casar"
(continua, só não sei quando!)