quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amor até o fim- Início


Quem disse que esse tal de amor existe? Eu já disse isso uma porção de vezes, mas confesso que eu não sei muito bem o que é isso... Eu falo do amor entre desconhecidos, entre um homem e uma mulher. Até porque é fácil falar dos outros tipos de amor, o amor incondicional que se tem por um filho ou pelos pais. Mas e por um ser diferente de você? Insisto nessa coisa do diferente porque é exatamente isso que somos, diferentes uns dos outros. E como duas pessoas tão diferentes podem se amar?

Bom, eu vou contar uma história, que talves vire uma estória no final, porque ela ainda não terminou e acho que o final não vai me agradar... E como eu não escrevo finais que me desagradam, porque provavelmente os desagradaria também, eu tomarei a liberdade de mudá-lo. E vou tentar mantê-los atualizados acerca dos acontecimentos, embora eu não seja uma blogueira de plantão!
A história começa meio triste, Amanda estava em uma relação que ia muito mal, aliás, não me lembro muito bem o motivo pelo qual ela ainda insistia de forma exagerada naquilo! Não... Ninguém sabia da ruína que aquele casamento tinha se transformado, Amanda e Théo eram um casal socialmente perfeito. Amanda sabia disso e odiava o fato de tudo aquilo parecer uma mentira, odiava mais ainda o fato de ela mesma contribuir para isso, embora já não sorrisse mais con tanta felicidade... Seus olhos eram tristes, mas Théo não percebia. Acredito eu que o não perceber dele era mais um modo de se proteger do terrível, ele falhara com ela em muitos aspectos. Não foi apenas culpa dele, mas no instante em que ele começou com uma sucessão de falhas ela foi se afastando, ficando triste, irritada e se sentindo cada vez menos. Até que o inevitável aconteceu. Ela foi procurar em outros o que ele não lhe dava no local mais seguro que pode haver, a internet. Flertou, foi desejada e desejou. Mas nada lhe dava prazer, nada poderia preencher o vazio... E Pearl Jam virou sua trilha sonora. Ela costumava brincar que se sua vida fosse um filme, Better Man iria tocar toda vez em que ela aparecia. Ela sonhava mas não encontrava um "homem melhor". E de sonhos foi tocando sua vida, nenhum frio na barriga, nenhum sorriso quando "via" um dos seus namoricos virtuais, era divertido mas não era nada. Um certo dia ela teve um sonho muito estranho, como qualquer sonho que se preze, com um homem. Não era ninguém que ela conhecia, mas ele trazia uma paz, uma confiança em que nada de ruim aconteceria com ela se ele estivesse por perto. E eles passearam por um lugar muito bonito, com um grande rio e casas coloridas em suas margem. E ela acordou apaixonada, a sensação boa continuava. Nesse dia ela sorriu com alegria, esperando que um dia o encontraria. E continuou com seu joguinho de flertes. Se apaixonar pela internet? Ela gargalhava: "Impossível! Eles só querem uma revista pornô que interaja! Para se apaixonar é preciso o olho no olho, o toque, o beijo"- era sua resposta sempre que lhe perguntavam sobre namoros pela rede ou quando lia um artigo sobre o tema. Até que um dia sua opinião mudou. Não mudou de uma hora para outra, levou tempo, uns meses, mas mudou.
Cansada de tanta foto de gente sem graça e de tanto homem querendo apenas sexo, ela se inscreveu um site de relacionamento que havia um certo tempo alguém a havia convidado. Vocês acharam que ela ia desistir? Não! A cidadã é uma "mula empacada" ou como ela mesmo gosta de dizer, "vou até o finalzinho do fim, não gosto de me arrepender". Nesse site há um jogo, que ela já conhecia de outro site, com fotos de pessoas, se você se interessou pela pessoa você clica "sim" e se o ser nem te chamou a atenção você clica "não", se alguém já clicou "sim" na sua foto aparece um "combina" ao invés do "sim", simples e interessante. Embora na minha opinião aquilo se pareça com um "mercado de gente" onde você escolhe os modelos que você mais gosta, ela gostava da brincadeira, gostava de clicar não só para ver as fotos, se alguma lhe interessava muito ela olhava onde o cara morava, se fosse perto era "não" se fosse longe era "sim". Por que ela fazia isso? Quanto mais longe menor o risco de uma traição na vida real, porque as pessoas do site não eram diferentes das que ela já havia "conhecido" na internet, todos queriam só sexo. Nenhuma novidade, mas ela continuou.
Num certo dia, na época entre Natal e Ano Novo, ela estava sem nada para fazer e resolveu brincar de "não" no tal site. Nesse dia o drama de nossa bela e estúpida personagem principal se iniciou...
Ela se deparou com uma foto de um homem muito bonito, que tinha clicado no "sim" para a foto dela. Ela se surpreendeu, "Como um cara tão lindo gostou de mim?", checou de onde ele era, muito longe, e clicou em "combinar". Todas as pessoas com quem você "combina" são colocadas em uma página, onde você é estimulado, para não dizer obrigado, a ter um contato. Ela clicou no ícone "solicitar amizade" e ele aceitou. Começou uma tímida amizade, nada de sexo ou webcams, só conversa. No começo eram cartões enviados por meio do site, conversas on line sobre qualquer tipo de assunto, desde futebol a problemas no casamento dela, passando por filmes e músicas, sem webcam porque o moço era tímido. Mas ele a "ouvia", trocavam opiniões e confidências, ele já estava separado a algum tempo e ela estava pensando em se separar, ele diazia para ela tentar, ela tentava. E foram ficando íntimos, com a velocidade que somente se consegue na internet. Ficar sem internet para ela virou tortura, porque isso a mantinha longe dele. E um sentimento gostoso surgia cada vez em que ele estava "on line"...
Um dia, depois de muitos pedidos dela, ele aceitou um conversa com a camera ligada. Eles já se falavam quase todos os dias havia uns dois meses e ela isnistia diariamente que converar com alguém olhando apenas uma foto era fantasmagórico, então ele aceitou. E, contra a minha vontade, devo admitir que foi um momento único! Pense em dois adultos, muito distantes fisicamente, mas muito próximos espiritualmente, parados, embasbacados um com a imagem do outro, parados, sorrindo, felizes por se verem... Naquele momento ela pensou "é ele, o cara com quem eu sonhei, é ele!"
Logo depois desse encontro virtual ele enviou uma música linda para ela. Ela se sentiu como se ele tivesse lido a mente dela! A música traduzia exatamente o que ela sentia, o quanto ela se sentia uma boba por estar se apaixonando por ele. Como ela saberia se tudo aquilo não era apenas mais um jogo para ele, como havia sido por tanto tempo para ela? Fato: ela estava apaixonada por ele.
(continua)