quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Notas sobre a Agnes

Olho no espelho e me vejo, descabelada, sem maquiagem. Essa sou eu! Sou a pessoa com defeitos que procura o que há de melhor nos outros e o que há de errado comigo e nunca o contrário. 
Acho que não sou a Agnes porque ela confia nela mesma, ela não vê problemas em ser quem ela é e eu sempre acho que quando um relacionamento não vai bem a culpa é minha, eu que fiz algo errado. Por não gostar de mim fico achando que todo mundo vê o que eu vejo de mim.

Eu tento ser a Agnes mas me falta a ingenuidade dela.

Fico esperando os beijinhos do Gru mas ele anda ausente e eu fico achando que a ausência dele é um problema comigo, que não sou suficientemente boa. Mas quem disse que eu preciso ser perfeita?
Eu preciso ser Agnes, ser eu mesma e, embora sinta falta do meu Gru, eu ainda sou bacana, mesmo descabelada e sem maquiagem.
Eu preciso ser Agnes e entender que, se o Gru me ama, ele me ama pelo o que sou, com qualidades e defeitos assim como eu o amo do jeitiho que ele é.
Preciso ser eu mesma, adulta, capaz de entender que eu não sou a única pessoa e nem a coisa mais importante do mundo, nem do mundo do Gru e que isso não faz com que eu não seja importante.
Preciso crescer...

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Notas sobre o Gru


Eu conheci o Gru numa festa. Não, não o Gru de verdade (ou o do desenho) mas o meu Gru. Vou explicar!
Gru, o do desenho, tem cara de durão, tenta ser um cara malvado e tudo mais mas tem um coração de ouro, adotou três meninas órfãs porque era a coisa certa a fazer e poque ele se apegou a elas. E o "meu" Gru é assim, faz de conta que é malvado, faz pose de vilão mas no fundo só está se defendendo de tanto que já apanhou da vida por ter um coração tão bom, tão justo. 
Meu Gru também adotou, de certa forma, uma criança. Ela chegou num momento de estresse e dor, mas meu Gru cuidou dessa criança como se fosse sua e deu tudo o que tinha de melhor no seu coração a ela. Mas a vida às vezes toma rumos diferentes do que aqueles que a gente havia imaginado e hoje meu Gru sofre com a ausência dessa criança.
Quando conheci o Gru, a primeira vez que o ví, não conversamos, eu apenas o observei e pensei que deveria ser bom estar com alguém como ele. Assim como a Agnes eu gosto dele. Ahhh eu gosto muito, muitão mesmo! Eu não tenho medo da cara de mal porque consigo enxergar seu coração e todo amor que há dentro dele. 
Da segunda vez que nos encontramos ele me contou sobre toda a dor que havia passado nos últimos tempos e eu tentei ajudá-lo. Nos tornamos amigos e desde então nos falamos todos os dias.
Eu me sinto a Agnes, não só porque sou capaz de enxergar o amor que ele tem mas acreditar que um dia ele me dará esse amor.Assim como a Agnes eu insisto, peço carinho e atenção por não acreditar nessa pose de vilão e sempre ganho, seja uma música linda ou um sorriso ou, o que eu mais gosto, um abração e um monte de beijos.
Assim como a Agnes eu acredito que ele precisa se acostumar a ter alguém que o ame pelo o que ele é, precisa se acostumar a ter alguém por perto que não quer nada além da companhia, carinho e cuidados e principalmente se acostumar a ter alguém que queira cuidar dele. Porque o Gru, o Gru cuida de todo mundo!
E eu espero que um dia eu possa ser parte da família dele, cuidar dele e ser cuidada por ele. Ser amada e admirada por ele. Mas diferente da Agnes eu tenho medo de ele não me querer, não me admirar, não me amar, porque eu já o admiro e acho até que já o amo, assim, do jeitinho dele.

domingo, 20 de agosto de 2017

Porque a gente se apaixona

É por isso que ela se apaixonou

Ela não se apaixonou por você por ter dado um grande buquê de flores no dia dos namorados.

Ela se apaixonou porque quando acorda pela manhã você diz: "Bom dia" para ela antes de olhar seu telefone.

Ela se apaixonou porque quando você foi à geladeira pegar um refrigerante trouxe outro, sem ela precisar pedir.

Ela se apaixonou porque quando você teve um dia maravilhoso no trabalho e ela chegou em casa depois de um dia terrível você não disse: "Sim, sim! Mas deixa eu falar sobre o meu dia." Você sentou e ouviu sobre o dia horrível dela. E não disse nada sobre o seu dia maravilhoso.

É por isso que ela se apaixonou por você. Porque você a faz se sentir importante, amada, cuidada.

Não foi uma coisa em particular e grande que você fez, foi o acúmulo de todas aquelas pequenas coisas... Foi no dia a dia que ela descobriu quão grande é o amor dela por você!

O mesmo vale para outros relacionamentos.

Não se trata dos eventos. Não se trata de intensidade.

É sobre consistência, perseverança, persistência, conquista!

Amor nos pequenos detalhes, na gentileza, no olhar, na sensibilidade.

Amor pra valer. Amor pra vida inteira.

https://youtu.be/nnp7TGCYK54

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Mudanças e renascimento

Não sei dizer ao certo quantas vezes me mudei de casa, umas 10 vezes eu acho. E a cada mudança novos planos de um futuro melhor. Mas o melhor plano foi o que fiz quando me mudei para Santa Catarina. Na época estava tocando nas rádios uma música que dizia "vento ventania me leve para os quatro cantos do mundo, me leve pra qualquer lugar" e então eu decidi que ao invés de planejar tudo com antecedência e ficar tentando controlar as mudanças eu iria caminhar conforme o vento: tentei vestibular aquele ano e não passei, não era pra ser, nem me desencorajei. Fui estudar outras possibilidades. Enquanto estudava o que ia fazer decidi o lugar: UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina. Fiz cursinho em Joinville, acordava super cedo (5 da manhã) pois eu morava em São Francisco do Sul, carinhosamente chamada de São Chico. Era a melhor aluna de redação estilo narração mas precisava melhorar muito a dissertação... Escolhi o que queria fazer: enfermagem! Sempre gostei de cuidar! Ótimo! Agora vamos estudar muito para passar! 
Um dia, perambulando pelas ruas de Joinville, passei na frente de um quartel que fazia aniversário de construção/inauguração. Parei, olhei, achei legal e segui caminho pra passar o tempo enquanto esperava o busão pra São Chico.
No dia da prova de geografia cai uma pergunta sobre qual o quartel estava comemorando aniversário naquele ano. E eu sabia! Mas só sabia porque deixei o vento me levar, fui passear pelas ruas, conhecer, ser curiosa. Na redação o estilo escolhido, para surpresa de todos foi narração, uma ajudinha do Universo, creio eu.
Em 2006 mudei para uma casa maior acreditando que a casa poderia trazer um brilho novo pro relacionamento e fiz de tudo pra achar esse brilho, pedi pro meu marido da época "trazer o brilho" mas o brilho que eu procurava era em mim (descobri isso anos depois) e o relacionamento acabou em 2010.
Outra vez estava numa crise brava de relacionamento (estava sem nenhum querendo desesperadamente ter um kkkk) e resolvi largar mão, desistir, esquecer desse negócio chamado namoro. Até porque eu já tinha feito de tudo o que eu achava necessário pra fazer a criatura perceber que me amava. Ledo engano. Falaremos disso mais pra frente. Enfim, em outubro de 2014 conheci alguém que mudou a minha vida e meu modo de ver o mundo, alguém que me tratava como eu sempre quis. Não durou muito e o fim do relacionamento acabou comigo. 
Comecei então a procurar alguém que me curasse, achei alguém que se propôs a me curar. Quase dois anos depois percebi que esse alguém não era alguém capaz de me curar, pois só eu seria capaz de fechar minhas feridas.
Desses muitos anos vividos comecei agora a aprender as lições que a vida me deu. Acredito que nem todas servirão pra você mas se te ajudar em algo esse texto já terá tido um propósito de ser. São elas:
1. Tentar controlar o incontrolável, também conhecida como vida, é inútil pois a nossa vida depende de muitas outras pessoas e fatores sobre os quais não temos controle. O máximo que podemos fazer é nossa parte para atingirmos nossos objeitovs.
2. Não adianta colocar a sua felicidade como responsabilidade de outra pessoa ou de outras coisas (casa, carro, etc). Se você se aceitar assim como é, tentando melhorar a cada dia um pouco terá momentos felizes. Meu grande amigo Rudnei, que hoje mora lá no céu, me ensinou que não somos felizes, temos momentos de felicidade.
3. Aproveitar os momentos de felicidade é muito melhor do que tentar controlá-los para que não acabem, até porque é uma tentativa inútil. Se a gente for sempre feliz não vai valorizar a felicidade porque ela será rotineira, simples assim.
4. Se alguém te quiser virá até você e demonstrará seu interesse caso sinta que pode ser recíproco. Ou seja: se você se esforçar pra alguém te amar não vai dar certo, se você ficar na sua, muito na sua e não mostrar ao mundo o que quer também não vai dar certo. Um pouco de cada lado e teremos uma equação equilibrada.
5. Reciprocidade: dar e recber. Bobagem essa história de dar e não querer nada em troca porque todo mundo dá esperando receber. Quando a gente se doa demais o outro passa a não valorizar nosso esforço porque virou rotina. Dê o melhor de si e o mundo vai te retribuir, não cobre, apenas aguarde.
6. Se a pessoa que você ama não retribui cai fora que é fria! Quem ama não quer perder o ser amado e fará de tudo para se assegurar que não vai perdê-lo.
7. Eu sou a responsável pela minha felicidade e a única pessoa capaz de curar minhas próprias feridas e ninguém mais.
Tendo aprendido isso meu plano desde que me mudei para a minha nova casa foi de ser absurdamente feliz, aproveitar cada pequeno momento de felicidade e me fortalecer para quando as coisas ficarem difíceis; deixar claro a quem eu amo que amo sem tentar fazer com que a pessoa me ame, se me amar boa, se não me amar é vida que segue e fila que anda; parar de tentar controlar o incontrolável e confiar no Universo que nunca me deixou na mão e acima de tudo e mais importante ESCOLHER o que quero pra mim ao invés de esperar ser escolhida.
Era mais ou menos isso...
Beijos de lux

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Colo vazio e confusão

Quando eu mais precisava você me expulsou e me disse para nunca mais pisar na sua casa.
Eu tinha problemas e você não queria problemas. O mais irônico é que os problemas que você não queria me ajudar a resolver tiveram começo com as suas atitudes aliada aos meus monstros inconscientes que me faziam ter a necessidade de me moldar a você para não te perder.
O que eu não tinha percebido, até a nossa última conversa séria, foi que eu, como sou, nunca fui amada por você porque  você amava a pessoa que eu me transformei só para te agradar.
Descobri que você me libertou da prisão em que eu mesma me coloquei quando você me disse "temos que seguir nossas vidas". Nesse momento me dei conta de que eu não havia mais a minha vida. Me dei conta de que a vida que eu vivia não era a minha vida.
Eu havia me perdido  de mim mesma...

Real sentido

Algumas palavras são mal interpretadas por falta de conhecimento ou até mesmo pelo uso popular da palavra que não condiz com seu real significado. Por exemplo: muita gente usa a palavra vagabunda para designar mulheres vulgares ou prostitutas mas etmologicamente o significado é outro.
Vejamos o que diz um dicionário:

vagabundo

adjetivo substantivo masculino

infrm.

1.

que ou quem leva vida errante, perambula, vagueia, vagabundeia.

2.

que ou quem leva a vida no ócio; indolente, vadio.

3.

B pej. que ou o que age sem seriedade ou com desonestidade; malandro, canalha, biltre.

4.

adjetivo

B

fig. que não tem constância, é volúvel.

"espírito v."

5.

adjetivo

B

pej. de má qualidade, inferior, ordinário.

"tecido barato, v."

6.

substantivo masculino

DIR.CIV

indivíduo que não tem residência habitual, ou que emprega a vida em viagens, sem ter um ponto central de negócios.

Origem

⊙ ETIM lat. vagabūndus,a,um 'errante'

Então vagabunda é uma mulher "errante" ou "de pouco valor".
Conhecimento nunca é demais, né!?
Bjos

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Seguindo em frente


Não espere que você promoverá mudança em quem não quer mudar. As pessoas mudam por que assim o desejam e a mudança é um movimento de dentro para fora. Mudar de casa, de cidade, de país não trará mudança alguma. Suas dores, sofrimentos e seus defeitos irão junto com você. 
Mas não se entregue por inteiro a quem só lhe dá uma parte pequena de si mesmo porque o amor é troca, é soma e nunca divisão ou prisão. Não se demore onde o amor, a cumplicidade, a amizade e admiração não forem por inteiro, por tudo o que você é, não se demore onde o amor não for recíproco!
Siga em frente e observe a mudança das energias, o universo conspira a favor de quem age a favor do bem maior, do amor.
Amor não é um, amor é múltiplo, é quanto mais melhor! Tem amor de filho, amor de pai, amor de qualquer jeito. O amor sabe dividir, porque sabe que quanto mais divide mais tem.
Tem amor no "bom dia!", amor na oração, amor na visita inesperada só pra matar saudade, no presentinho, na lembrancinha. Tem amor em tudo o que é de verdade, porque amor não combina com mentira e falsidade!
Transborde-se sem medo! Não seja pouco e nem pequeno demais para caber no mundo de alguém.
“Onde não puderes amar não te demores”
Eleonora Duse


terça-feira, 25 de abril de 2017

Carta de despedida

A primeira vez em que te enviei flores recebi uma foto sua chorando de emoção.Passamos por muitas coisas e eu acabei terminando nosso relacionamento por não suportar ter que ser metade de quem eu sou. Você fez falta na minha vida e depois de muitas conversas entendi que eu havia agido de forma errada com você e lhe enviei rosas e uma carta pedindo desculpas. Novamente recebi uma foto sua chorando de emoção. Reatamos e você não me suportou por inteira e terminou comigo. Eu, bicho ferido, te ofendi. Enviei rosas amarelas e um cartão de desculpas e só recebi um obrigada.
Precisei de você e você veio ao meu auxílio, num momento de amizade que eu entendi de forma errada, achando que era amor... Te enviei flores para agradecer e novamente recebi apenas um obrigada.
Decidi te enviar um vaso de flores para que você não se esqueça de mim já que flores em vasos duram mais, talvez uma vida. Queria te ver feliz. Novamente recebo um obrigada.
A cada tentativa de quebrar o gelo entre nós recebo um bloco de gelo maior ainda...
Hoje te enviei uma foto minha, essas sempre vinham como uma resposta sua me chamando de "linda". Hoje veio apenas "sorriso lindo", numa tentativa desesperada de quem vê a morte de um grande amor na sua frente respondi "é seu, é pra você" e fez o silêncio. Você viu e nada disse... 
Fiquei pensando nisso, na gente e na nossa história e entendo que é hora de me despedir desse amor, só me resta te esquecer e seguir em frente.
Quero te agradecer por ter tentado me dividir, por ter tentado seguir minha vida, por ter tentado me amar, por ter cuidado de mim sempre que precisei, por ter me acompanhado nessa pequena jornada de 2 anos.
Peço desculpas por não ser quem você gostaria que eu fosse, por não ser perfeita para você, por ser pouco, por não valer mais a pena.
Peço desculpas por você ter se mudado da minha casa e ter desistido de me amar.
Guardarei você, seu sorriso e seu jeito de me fazer sorrir no meu coração!
Adeus

domingo, 9 de abril de 2017

O teu colo

Você não é uma pessoa de se abrir mas também não sabe ficar quieta. Fala muito, às vezes acho que é uma forma de dizer pouco. Sempre muito agitada como quem foge de algo, como fez alguma besteira e quer esconder. Sempre achei que você não seria capaz de me dar um colo silencioso mas eu estava errada, como sempre. No começo era difícil, você queria saber o porque de eu estar ali tão quieta. Mas como eu poderia te contar se nem eu sabia?
O fato é que você foi se aprimorando no quesito "colo silencioso". Ficar alí, protegida das dores do mundo era algo que me acalmava. Um local onde as palavras, rotina do meu trabalho (dos dois ofícios) eram completamente desnecessárias.
Hoje eu preciso dele. Preciso dele para aliviar a minha tristeza mais uma vez, mas hoje não tê-lo faz parte da minha tristeza.
Eu não sabia que a depressão tem várias faces, incluindo uma sorridente. E por não saber sempre procurei alguém que pudesse aliviar essa tristeza imensa no meu peito e você me parecia tão forte, uma guerreira que carregava algumas dores muito parecidas com as minhas. Acho que de forma inconsciente eu te escolhi porque vi em você alguém que fazia o que eu não conseguia fazer, você era forte apesar de toda dor.
Forte é um adjetivo dado a mim constantemente mas que nunca me encaixei, me quebrei tantas vezes consecutivas e quando achei que teria tudo o que eu sempre sonhei recebi um "não me ligue mais" na cara me dizendo que tudo aquilo era mentira, que eu não iria ter nunca isso. E então você apareceu e me deu um sonho de valsa, talvez outra obra da minha fantasia de menina. E eu acreditei que você seria o cavalheiro que me salvaria dessa tristeza, da dor de não ser boa o suficiente, inteligente o suficiente, a dor de não ser suficiente, de não ser amada e respeitada...
Mas você me disse que não quer alguém assim, me chamou de louca mais de uma vez...
Eu não escolhi essa dor e até pouco tempo atrás eu escondia até mesmo de mim mesma o tamanho e a intensidade dela. Desculpe por ter me enganado e obrigada por ter tentado. Você não pode tirá-la mas sempre a fez diminuir, com seu colo silencioso.
Descobri a pouco tempo que apenas eu posso fazê-la passar e estou procurando o caminho para isso.
Espero encontrá-lo. 
Você faz falta.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sapato novo

Sapato novo é lindo, te encanta e quando você usa, se usar demais, machuca. Machuca porque na loja você, envolvido num sentimento parecido com a paixão, não percebeu alguns detalhes, uma costura no calcanhar, o bico fino demais, o material macio de menos.
Machuca mas você insiste dizendo que ele vai se moldar ao seu pé, vai lacear, vai ficar mais maleável. Mas se continuar usando vai machucar mais e mais.
Assim são os relacionamentos: até que um se molde, laceie vai machucar. Machuca ter que se acostumar com as manias do outro, com os defeitos do outros. Por isso primeiro a gente namora, morre de saudade a semana inteira e se vê só nos finais de semana. Depois de um tempo, acostumados com as esquisitices mais leves um do outro começamos a aumentar a frequência dos encontros, dorme na casa um do outro, almoço no meio da semana. Se tudo continuar indo bem vem o noivado, ou não. Até que por fim a gente se casa, ou mora junto sem fazer nenhuma cerimônia que custa fortunas e dura tão pouco mas deixa a gente tão feliz.
Eu te calcei e gostei tanto que achei que não poderia ficar sem você. No começo não doía até que começou a incomodar, a não conseguir calçar sem dobrar o seu calcanhar e acabar te machucando também. Talvez tenha sido isso, tenha sido aí onde o fim começou.
Eu recuei, disse que não te queria mais, você me machucava demais e acabei te machucando. Machuquei tanto que você não queria mais me calçar e quando calçava ficava um pouco comigo e logo já dobrava meu calcanhar. Eu te incomodava e cada parte minha era indesejada: pais, filhos, passado...
Um agrado, um carinho sempre seguidos de um tapa na minha alma, um insulto. Um prazer em me ver desequilibrada como se isso te desse poder.
Às vezes pensava te que te ouvir sorrir enquanto eu chorava do outro lado da linha. Outras vezes eu ouvia seu sorriso irônico. Você já não acreditava mais em mim, não confiava mais em mim. Me fiz seca, você se fez dura.
Por que me aceitou de volta?
Por que eu quis voltar?
Agora estou me perguntando o porquê de eu te deixar me destratar tanto... Não sei. Essa foi a melhor explicação que encontrei nas suas palavras. Nas minhas encontrei uma culpa que não cabe no peito e que carrego há anos, décadas seria mais apropriado.
Talvez eu deixei você me destratar e me desrespeitar porque eu ache que eu mereça esse pouco de amor e só pouco amor é o que eu devo merecer.
Porque sou pesada demais. Porque sou feita da minha vida, vida que não encaixa no padrão de mulher que você sempre quis: livre como você.
Nos tornamos pouco ao sermos muito.
E eu ainda te amo, mesmo depois de ser jogada fora, largada na calçada da vida, resgatada por aqueles que me amam.
Não sei como terminar, ando concentrada em apenas respirar porque ainda sinto você dentro de mim, ainda estou moldada pra você...
Quem sabe um dia te encontro numa outra esquina, quem sabe já reparada e nova, mas mais maleável? Quem sabe nesse dia a gente sirva uma para a outra...
Quem sabe?
Até mais!

quarta-feira, 29 de março de 2017

Old love

I can feel your body
When I'm lying in bed
There's too much confusion
Going around through my head
And it makes me so angry
To know that the flame still burns
Why can't I get over?
When will I ever learn?
Old love, leave me alone
Old love, go on home
I can see your face
But I know that it's not real
It's just an illusion
Caused by how I used to feel
And it makes me so angry
To know that the flame will always burn
I'll never get over
I know now that I'll never learn
Old love, leave me alone
Old love, go on home
Written by Robert Cray, Eric Clapton • Copyright © Warner/Chappell Music, Inc

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Reconquistar

Ainda dói muito.
Muita coisa que você fez, muita coisa que você disse... E não me refiro ao término, me refiro a tudo o que vivemos nesses 2 anos. 
Eu tenho a péssima mania de amar demais, de me entregar de corpo e alma. Nunca achei que amor poderia ser demais... Mas acho que espero o mesmo de quem está comigo: reciprocidade....
Eu sei que não parece fazer sentido já que fui eu que terminei. Como você sempre gostou de frizar eu sou a parte fraca ou nas suas palavras "eu nunca desisti, foi você que sempre falou em terminar". O problema é que o amor acabou mas que as dores não se curaram com o fim do amor. Acho até que elas pioraram...
To tentando viver minha vida mas tudo dói tanto, tanto que parece que nunca mais vou ser a mesma.
Tenho pedaços de mim jogados no chão e isso já não me importa mais.
Não consigo entender o que eu fiz de errado com você, por isso a tendência de achar que tudo foi um erro.... dói... lateja.... Andam dizendo que hoje eu te faço mal, minha presença te faz mal, minha dor te maltrata....
Parece que foi a única coisa que eu fiz foi te fazer mal e isso dói mais ainda. Dois anos te fazendo sofrer... Tivemos momentos bons? Eu acho que sim. Você foi minha força, meu porto seguro, a pessoa que nunca desistiu de mim. Mas até isso ficou no passado. Você me deixou ir, não tentou nada, acho que até os mais persistentes se cansam....
Estou com medo porque não me sinto capaz de fazer nada certo quando o assunto é amor... Porque eu sempre desisto... Não sei se vou conseguir seguir sozinha mas isso já não é mais uma opção. Vou ter que seguir em frente sem desistir de mim, vou ter que me reconquistar e quem sabe eu tenha sucesso e volte a me amar.
Te desejo tudo de bom e que você seja muito feliz, minha Vida!
Até um dia!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Uma rosa e um cartão em branco- a carta de despedida


Minha querida e linda Ana,

Há quase 2 anos, no dia 22 de fevereiro, às 23 e alguma coisa eu morri pela primeira vez. E hoje, com uma certa nostalgia percorrendo minha alma, resolvi ver o que você anda ouvindo  naquele aplicativo bacana de música. Alejandro Sanz me contou que você sempre vai pensar em mim e que tudo já se acabou, embora a gente tenha se amado muito. Disse também que eu fui a sua ruina...
Algumas lágrimas rolaram e eu resolvi te escrever mas ainda não sei se você vai ler ou se vai simplesmente ignorar essa carta. Acho que nunca saberei...
Eu nunca planejei te amar como eu te amei, nunca achei que era possível amar alguém tanto assim e em tão pouco tempo.A forma como você chegou e como juntas enfrentamos vários probleminhas do dia a dia como quem cuida de quem quando estávamos com nossos filhos. Era tudo tão natural que a gente quase não precisava conversar, apenas vivíamos.
Os nossos pic-nics, nossas risadas após o amor, as brincadeiras e piadas, a leveza com que você me fazia levar a vida e o amor são coisas que levarei no meu coração como um tesouro, minha jóia rara, minha herança dessa vida é o amor que sentimos um dia uma pela outra.
Mas você não era livre, não poderia ser minha e quando teve que escolher eu fui preterida. Ela tinha mais, era mais e as crianças também estavam lá e precisavam de você muito mais do que eu...
Desde o nosso primeiro beijo, no sofá da minha sala depois de uma visita casual até aquele maldito telefonema que me arrancou a alma e destroçou meu coração você foi meu tudo, meu mundo, minha calma, minha vida e acredito que por ter sido tanto foi tão difícil te deixar ir.
Mesmo depois de separadas encontramos uma forma de dizermos como estávamos e o quanto ainda éramos importantes uma para outra. Muitas músicas e um único telefonema me fizeram continuar acreditando no amor.
É claro que eu continuarei pensando em você com todo o carinho de sempre, com toda a ternura que vivemos nossos doces dias de verão.
Sinto-me liberta da prisão em que eu mesma me coloquei há 2 anos atrás e você Ana, com sua constante leveza, me ajudou a sair dela. Fomos nos despedindo aos poucos, levemente, com muitas canções. O nosso amor pela música nos ajudou a nos aproximar e a suportar a dor de nos separarmos.
Desculpe por ter sido sua ruina... 
Queria ter te conhecido uns muitos anos antes, quando você ainda era livre e antes de ter feito sua escolha definitiva de vida...
Cuide-se bem, dê voltas ao mundo, se encontre e seja sempre muito feliz!
Da sempre sua,

Clara

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Notas sobre escolhas e renúnicas

Toda escolha envolve em pelo menos uma renúncia e essa renúncia parece ser motivo de sofrimento para o ser humano. Uma imagem foi montada durante uma supervisão e eu a guardei com muito carinho e ela surge como meu arquivo pessoal quando me deparo com pessoas que se mostram com dificuldades em escolher: uma criança de aproximadamente dois anos em frente a um imenso baú de brinquedos tentando pegar todos os brinquedos. Ela não sabe qual quer, na verdade ela quer todos, não quer renunciar nenhum mas seus pequenos braços não são capazes de segurar todos os brinquedos.
O que essa criança não percebe é que o desejo desenfreado de ter todos os brinquedos a impede de brincar. Ela gasta todo seu tempo ocupada em tentar manter todos os brinquedos em seus braços mas não percebe que essa atitude a impede de se divertir, de conhecer e de ter prazer com um ou quantos brinquedos couberem em seus braços.
Quando não escolhemos optamos pela ansiedade de tentar carregar tudo e postergar a diversão de "brincar". Não escolher é uma escolha, é escolher tentar ter tudo e não ter nada.
Acredito que o medo de sofrer seja o principal motivo dessa escolha, mas não podemos ignorar que as frustrações e a consequente dor são inerentes a todos os seres humanos. O que nos resta fazer é saber como lidar com essas frustrações e aproveitar o máximo da "brincadeira".

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Confissão

Eu preciso do seu abraço!
Hoje eu preciso desesperadamente ouvir sua voz me dizendo que tudo isso vai passar, que as coisas vão se ajeitar e que o meu sorriso vai brilhar de novo!
Hoje eu precisava sentir seu perfume na minha roupa horas depois do seu abraço só pra me sentir abraçada de novo e ainda.
Eu ainda te procuro... Ainda tento te reconhecer e ainda tenho medo de não saber mais quem você é. O caos em que a minha vida se fez é como neblina que impede que eu veja o caminho a seguir de forma clara. Preciso que você me reconheça... Estou perdida.
Hoje eu só precisava de um único abraço seu...

domingo, 22 de janeiro de 2017

Uma rosa e um cartão em branco- Parte II

Set list desse romance

Clara se interessou por Ana assim que a viu, mas Ana não entendeu muito bem o que estava acontecendo, porque isso nunca tinha lhe acontecido, nunca tão explícito, tão inevitável e nem tão sem desculpas... Uma vez foi culpa do álcool que a fez desejar outra mulher, outra vez foi a carência afetiva. Ana acreditava que era uma espécie de amizade que surge mais forte. O fato é que Ana se arrumava mais, caprichava mais quando ia se encontrar com Clara. Clara estava fazendo um "freela" na empresa de Ana e ia umas 3 a 4 vezes por semana. 
No último dia de contrato de Clara elas se esbarraram na frente do estacionamento, Ana estava saindo, distraída como sempre, e quase bateu no carro de Clara, que gentilmente lhe deu passagem. Logo depois Ana recebe uma mensagem de Clara "Adorei sua sensualizada na saída do estacionamento! rsrsrs"
Ana corou na hora! Não tinha percebido que era Clara que dirigia o carro que ela quase tinha batido! Pediu mil desculpas e as duas começaram uma longa e animada conversa. Clara convidou Ana para um chopp, Ana recusou e disse que gostaria de ser apenas amiga de Clara, explicando sua teoria de "amizades diferentes que surgem mais fortes". Clara tentou explicar que não era bem isso que estava rolando mas Ana manteve-se forte em seus argumentos.
No dia seguinte, indo para o trabalho, enquanto as duas conversavam via mensagens de texto, o inconsciente deixou escapar um pouquinho do que era esse sentimento que Ana tentava esconder e que já estava sufocando-a. Nesse momento Ana começou a chorar copiosamente e contou isso a Clara, contou que estava chorando mas que não sabia muito bem o porque, apenas que sentia muito medo e sentia-se fraca e sem forças. Na saída do trabalho Clara a esperava e lhe deu colo, sem dizer nada, porque não havia o que dizer para o que não havia nem nome ainda. Ana, quase chegando em casa, cantou uma canção para Clara (Sapato Velho), e clara, que sabia tocar violão, tocou e cantou para Ana e, no momento em que Ana ouviu a música (Digitais) sentiu uma felicidade tão grande invadindo todo seu corpo e alma. Foi nesse exato momento, enquanto Ana ouvia a canção que ela, talvez por ser tão distraída, entregou seu coração a Clara. 
No sábado seguinte Ana ganhou uma rosa vermelha e um cartão em branco. Ela deveria ter percebido que o cartão em branco era o prenúncio de uma história que terminaria interrompida bruscamente, assim como o cartão em branco, ser dar respostas ou motivos...
(continua, só não sei quando rsrsrs)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Respeito e Amor são as mais nobres orações

Se uma pessoa compra um "cimento ungido" ou um "kit de maquiagem da rainha Esther" ela está adorando um objeto, certo!? Porque ela acredita que esse objeto (cimento, lâmpada, maquiagem) vai ajudá-la a chegar aos seus objetivos da mesma forma que um católico usa as imagens para ajudar a fazer sua oração ou quando, independente da religião se acende uma vela.  Certo!? Porque eu acredito que ninguém é tonto o suficiente para rezar/orar para uma estátua. Todos, TODOS que fazem preces as direciona a um Ser Superior, receba o nome que for, Deus é um só e Ele não possui religião.
Religião é coisa inventada pelos homens para que, por meio de rituais como orações e canticos, possamos tentar nos aproximar um pouquinho só de Deus.
Não se esqueçam dessa nobre lição:
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei"
Respeite seu próximo independente de raça, cor, credo, time de futebol ou partido político  (entre outras diferenças).
Também não se esqueçam de que são  AS DIFERENÇAS que nos enriquecem, pois trazem novos conhecimentos.
Beijos de luz e amor!

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Uma rosa vermelha e um cartão em branco

"essa é uma bela história de uma flor e um beija-flor"
Henrique e Juliano

Essa história começou antes da rosa e do cartão em branco, no meio da primavera e todas as suas cores. Foi uma linda, intensa e curta história de amor que mudou a vida de duas pessoas.
Uma delas, Ana, viu seu mundo virar de cabeça para baixo e de repente tudo que era importante passou a ser insignificante, tudo o que ela não ligava, ou tinha fugido até o primeiro beijo virou prioridade. Ana se deixou levar e encontrou forças no olhar de Clara para ser ela mesma, sem medo, sem culpa.
A interação entre as duas era impressionante. Um abraço era capaz de melhorar o mau humor, palavras eram desnecessárias na maior parte do tempo. Estar juntas era o que importava. Os olhos das duas brilhavam mais, o amor das duas era quase palpável, de tão imenso. Mas a vida nem sempre é como a gente quer e elas se separaram. Clara deixou Ana sem muita explicação. Saiu da vida de Ana numa triste noite de domingo e a deixou lá, sozinha e de coração despedaçado. Um buraco se abriu na alma de Ana e acho que ele ainda não cicatrizou... Clara foi viver outra vida, foi continuar a vida que já tinha começado antes de encontrar Ana. Ana se sentiu morta por uns dias e depois de um mês, não suportando mais tanta dor no seu peito, resolveu seguir com a vida. Isso tudo foi há muito tempo atrás...
Ontem olhando as fotos antigas Ana voltou a sentir tudo de novo, a alegria, o orgulho que sentiam uma da outra. Sentiu também a solidão que invadia o quarto ou o coração de Ana. Sem reparar bem no que tinha acontecido Ana sentia saudades, até porque o sentimento não havia mudado, mesmo depois de ter sido preterida, bloqueada, ignorada. Ana acreditava que Clara ainda a amava. Ela achava que Clara enviava músicas para ela (na verdade Clara postava músicas em sua página e Ana achava que era pra ela...Vai entender...)
É que, pra falar a verdade, eram algumas coincidências, como uma música postada no dia que seria o aniversário de namoro ou então uma outra vez em que Ana postou que sentia saudades de um antigo amor, tanta saudade que até sentia o perfume e Clara postou uma música dizendo "diz que tem me
lembrado bastante"*... Coincidências que enganam um coração que ama, que acredita que só se ama de verdade uma vez na vida, um coração que vive no outono das paixão, esperando que o calor dos beijos de verão voltem algum dia.
Ana tem mais motivos para seguir a vida mas algo dentro do seu coração lhe pede um tempo, um longo tempo, mas ela acredita que deve esperar. Coisas de um coração que acredita no amor. Ana até tentou seguir... Ela decidiu que tentaria viver, que esqueceria Clara mas não conseguiu. Seus olhos só brilham quando encontram os olhos de Clara...
E assim Ana segue até hoje, feita de sonhos, amor e saudades...

(uma história cheia de estórias)
"Ai que saudades de um beija-flor, 
que me beijou depois voou"
                                                                  Henrique e Juliano
*Paula Mattos- Que sorte a nossa