Conexão- Parte 2

Então o homem fala mais uma frase, mas desta vez em uma língua que Sissa dominava:

-Sabia! Fresca assim devia ser francesinha mesmo!

-Pardon? - disse Sissa ainda em francês, meio atordoada com a presença do homem.

-Nada não! Quero dizer, não sou um príncipe encantado, mas você poderia se mais gentil. Tentar um sorriso pelo menos... - disse em português

Sissa já estava hipnotizada pelo olhar encantador do homem, definitivamente brasileiro, pelo sotaque e audácia. Então fechou o livro e disse:

-De onde você é?

-Nossa! É.... Brasil - disse ele meio sem graça, ela tinha entendido o que ele tinha dito e isso não parecia se muito bom. Pelo menos foi o que ele achou.

-Sim! Brasil. Mas eu quiz dizer de que parte do Brasil? Rio de Janeiro?

-É... Isso! Como você sabe?

-Seu sotaque... Hmmm... Prazer, meu nome é Clarisse. Sou de São Paulo, Capital. - disse isso e estendeu a mão.

-Prazer, Rodrigo! Carioca da gema! - falou com sotaque forçado e soltando uma gargalhada ao final da frase.- Desculpa? Cheguei, sentei, invadi teu espaço e ainda te chamei de fresca... Foi mal...

Sissa desatou um largo sorriso, deu de ombros ao mesmo tempo em que fazia sinal de negação com a cabeça. Sua mão direita ainda nas mãos de Rodrigo. Ele a olha extasiado "Meu Deus! Que sorriso lindo!"

-Que foi? - ela o interrompe, puxando sua mão do meio das dele

-Seu sorriso... Você sorri com os olhos! É lindo! - responde Rodrigo sem conseguir ao menos disfarçar sua admiração

Sissa abaixa a cabeça, envergornhada. Elogios não eram o ponto forte da moça, ela simplesmente não sabia o que fazer. Justo ela que tinha resposta pra tudo, que falava sobre tudo, ficava muda ao ser elogiada! Ela sabe que seu sorriso é bonito, muitas pessoas já disseram isso, se acha uma mulher bonita, apesar de muito pequena, sabe que, apesar de não ser um "Einstein" é inteligente, gosta de cultura, livros, economia, política. Ela sabe de tudo isso. Ela só não gosta de ser elogiada. Para ela é como se qualquer coisa que fosse dizer depois de ser elogia seria arrogante ou cheio de soberba demais para ela, uma mulher simples, igual a muitas outras no mundo. Rodrigo então percebe o desconforto de Sissa e muda logo de conversa:

-E esse livro aí?! É legal?

-É sim! Bom... Pelo o que li até agora está interessante. Vamos ver se tem consistência até o final. Sabe como é? Romances... A gente já sabe o final antes de ler!- fala meio sem jeito, enrolando um pedaço dos seus longos cabelos entre os dedos, olhos na direção do livro em cima da mesa, bochechas ainda rosadas e o sorriso que não saía de seus lábios.

Rodrigo sentiu suas mãos umidecerem, a boca, ao contrário, ficava cada vez mais seca. Ele queria dizer algo. Mas o que? Nada lhe vinha a mente, apenas aquele sorriso penetrante, inebriante. "Como ela é linda!"

(continua)

Conexões- Parte 1

Vôo com conexão é sempre uma tristeza. Não que seja triste no sentido da palavra, mas é demorado, cansativo, entediante... Enfim, uma tristeza. Um certo dia, Clarisse, indo para a Europa, pegou um vôo com conexão em Madri. "Apenas 3h de puro tédio no aeroporto", pensou a moça. Mas era a passagem mais barata e Sisse não tinha muita escolha, tempos razoavelmente difícies para quem tem familha morando longe. Os pais de Clarisse, portugueses, resolveram voltar para a "terrinha", mas a moça, com amigos, trabalho e um mundo de possibilidades no Brasil, resolveu ficar por aqui. Então, todo final de ano ia para Portugal passar uns dias com os pais e os irmãos mais novos. Seus pais sempre lhe davam uma ajuda nos custos com a passagem, mas nesse ano não foi possível, uma crise aterrorizava a Europa e Sisse teve que se virar. Passagem com escala em Madri foi o que lhe restou.

Na mala de mão um casaco de inverno, botas e um livro. Sissa sempre anda acompanhada de um livro, principalmente quando sabe que vai ficar esperando. O vôo até Madri foi tranquilo, pelo menos pra Sissa, que dormiu feito pedra (se é que pedra dorme). Chegando em Madri um frio aterrorizante desanimou Sissa, que pegou suas malas e foi procurar um local calmo onde pudesse tomar um bom café e ler seu livro. 

Encontrou um lugar apropriado. Acomodou as malas no chão, embaixo da mesa, pediu seu café, pegou seu livro, acomodou seus pés em cima das malas e começou sua leitura. Mas ledo engano de nossa pequena heroína achar que uma moça bonita feito ela iria conseguir ficar sem chamar a atenção dos transeuntes por muito tempo. Sissa é morena, de olhos verdes escuros e uma pele suave, morena e macia. Lábio carnudos e castanhos. Um corpo mignon, parecendo ter sido desenhado e arquitetado por um anjo completam o visual de nossa pequena personagem, digo pequena porque Sissa tem menos de 1,60m de estatura.

Mal Sissa acabou seu café um homem se aproxima de sua mesa. Sissa percebeu mas não fez nem menção de tirar os olhos de sua leitura. Ele se senta e ela nem se move. Ele tenta um diálogo em inglês, ela finge não entender, embora seja fluente em inglês e francês e conheça "um pouco", como ela mesma diz, de alemão e espanhol. Vendo o pouco caso da moça ele diz, em francês:

-Você é tão linda quanto esnobe. Mas eu não ligo. Ficarei aqui tomando meu café e me embriagando em sua beleza.

-Merci!-disse Sissa agradecendo apenas para que ele soubesse que ela entendeu o recado e voltando logo em seguida para sua leitura.

Mas Sissa não consguia se concentrar mais... "Francês maldito!" pensou ela. Ele tinha um porte de lorde, cabelos castanhos, olhos castanho claro, musculatura bem definida, pelo menos era o que se via, pois sua blusa de lã definia bem o tórax do suposto francês. "Esse ser é lindo! Mas por que ele sentou bem na minha mesa?"

É... Sissa não se achava nada atraente, por conta de sua estatura. Mas parece que não era bem o que esse suposto francês pensava...

(continua)

Balanço de final de ano

É... Mais um ano vai, outro ano vem... E quem é que não faz um balanço de final de ano? Tudo o que ganhamos e perdemos.

Eu perdi bem pouco, ganhei muito! Embora o primeiro semestre tenha sido um inferno, aprendi muito com ele. Aprendi a gastar o que tenho, a não perder tempo com quem não perderia nada por mim. Já no segundo semestre, perdi um grande amor, por me precipitar, e aprendi que esperar, às vezes, é a melhor solução.
Agora estou esperando a tempestade passar, embora eu tenha quase certeza absoluta de que a história já acabou. Então estou esperando novas histórias! Casa nova dentro em breve, viagem tão esperada em pouco tempo, coisas inesperadas que podem acontecer, um grande desafio no começo do ano...
Muitas coisas estão por vir, mas o melhor de todo esse balanço é saber que, independente do que aconteça, eu terei sempre pessoas maravilhosas a minha volta, meus amigos e minha família.
Assim sendo, tenho apenas que agradecer, pois esse ano foi muito produtivo, de muito aprendizado, graças a Deus!
E para desejar um Feliz Natal para vocês, nada melhor do que o que eu considero a melhor propaganda de Natal. Divirtam-se!
Beijos enormes,
Ne

Amor até o fim: final alternativo (parte 2)

Amanda chega ao aeroporto de Strasbourg às 2 da tarde, cansada, depois de quase 20 horas de viajem, com direito a uma escala de 6 horas em Paris. Amanda se sentiu torturada, em Paris, na primavera, ultra romântico e ela sozinha, indo para o casamento de seu amado! "Ele não poderia ter escolhido um outro vôo?!"

Amanda aguarda sentanda enquanto os apressadinhos se acotovelam no corredor. Quando passa o tumulto ela levanta, sem muita vontade, pega sua bagagem de mão e segue o fluxo. Chega na esteira de bagagens e olha para ela, não a vendo, num golpe de sorte avista sua mala, a pega e a coloca no carrinho. "Pelo menos eu vou poder abraça-lo..." pensa em meio a um suspiro profundo. Logo após cruzar o protão de saída do desembarque visualiza Thomas. Seu coração dispara, suas pernas não querem obedecê-la e um frio invade seu corpo. "É ele!"

Thomas, assim que vê Amanda estampa um sorriso de lado a lado de sua face e vai em sua direção!

"Vamos! Vamos! Temos muito o que fazer hoje!" Diz isso, dá um beijo no rosto de Amanda, pega a sua mala com a mão direita e a mão de Amanda com a outra mão e se encaminham para o estacionamento.

Amanda não consegue falar por dois motivos: não tem vontade e Thomas não a deixa espaço! Primeiro perguntou a Amanda como foi a viajem, dando a ela tempo só de dizer "Ok.". Disse como ela estava linda e seguiu emendando um assunto no outro. Amanda olhava pela janela do carro na maior parte do tempo, a visão era linda, vez ou outra, olhava para Thomas sorrindo ou acentindo com a cabeça. Chegando a casa de Thomas, ele lhe abriu a porta, pegou a sua mala e apresentou a casa à Amanda. 

"Aqui é o quarto de hóspedes, tem banheiro, fique a vontade, preciso sair e resolver os últimos detalhes. Hoje à noite será o ensaio, você entrará com Jaques." disse isso e saiu do quarto, após outro beijo no rosto de Amanda.

Jaques era o melhor amigo de Thomas, e Thomas costumava brincar que Jaques e Amanda eram suas duas almas gêmeas, seus dois melhores amigos.

"Que lindo! Ganho dois beijos no rosto, nenhum abraço e um discurso de 10 minutos! Achei que você era tímido..." falou sozinha, abrindo a mala e procurando algo confortável, precisava de uma sonequinha. Amanda tomou um banho e se deitou. Acordou com Thomas batendo a sua porta:

"Acorda Cinderela! Você precisa se arrumar! Estamos atrasados!"

Amanda levanta e abre a porta do quarto, se esquecendo que estava de camisola. Só se lembrou disso quando percebeu o olhar de Thomas, um misto de admiração e embaraço. Ele tinha uma caixa em suas mãos e a esticou para Amanda:

"É para você vestir agora!" disse sorrindo

"Já vou me arrumar! Faço isso rapidinho!" disse Amanda, agora encabulada

"Não precisa se apresar, temos um tempinho!"

Amanda abre a caixa e se espanta: é um vestido lindo!

"Não é muito só para um ensaio?" Pegunta Amanda

"Não! Hoje é um dia de festas, depois do ensaio comemoraremos! Como eu sabia que vocês não possuem esse costume no Brasil, tomei a liberdade de comprá-lo para você! Gostou?"

"Amei!" Amanda disse isso com um sorriso imenso no rosto, quase se esquecendo do motivo pelo qual estava lá.

Amanda se aprontou, arrumou os cabelos e se maquiou em tempo quase recorde! Elá foram os dois amigos. Amanda pensando "Não acredito que vou ensaiar o pior dia da minha vida!"

Chegam no local e Jaques já estava na porta:

"Nossa vocês demoraram! Anda Thomas, você já deveria estar lá dentro! Deixe a Amanda comigo!" disse isso com um sorriso no rosto e uma piscadela para Thomas, que fez uma cara meio brava para Jaques, "Cuidar da Amanda!" pensou Thomas.

Com Thomas já no interior do restaurante e Amanda de braços dados com Jaques do lado de fora do local. Amanda ouve o começo de uma música que ela conhecia, as portas se abriram, o local estava lindo, deocração simples, com algumas pessoas sentadas nas cadeiras dispostas em fileiras, viradas de frente para o altar improvisado no salão do restaurante.

Amanda reconhece a música e diz em tom de revolta "Não acredito que ele fez isso! É a minha música! Isso não é justo! Ele me enviou essa música! Ela é minha!"

"Eu aposto que é!" Disse Jaques com um sorriso!

Do outro lado do corredor Thomas abriu um sorriso ao ver Amanda e ela não conseguiu tirar os olhos dele... Ele estava tão lindo, tão contente, e os olhares um para o outro pareciam enlaçá-los. Amanda e Jaques chegam no altar e Thomas diz:

"É... Está lhe faltando um bigode, definitivamente! Mas vou deixar passar, já que você me trouxe a mulher certa!"

Amanda ficou sem respiração! Estava tão absorta no olhar de Thomas que não havia reparado que sua melhor amiga Beatriz, sua filha e seus pais também estavam lá, sentados na primeira fila!

"O que?" disse Amanda confusa, sem conseguir formular uma frase completa.

"Eu pedi ajuda da sua alma gêmea (Beatriz)! Ela me ajudou com tudo, inclusive a convencer seus pais a virem com a Juliana" disse Thomas e prosseguiu "Desde que você entrou na vida eu mudei, sou mais feliz, você colocou cor no meu mundo e eu não sei mais viver sem você! Então? Casa comigo?"

Amanda o olhou com ternura, segurou o rosto de Thomas em suas mãos, ele estava  ajoelhado na frente dela, e com lágrimas de felicidades correndo em sua face disse "Sim! Isso é tudo o que eu mais quero!" e lhe deu um beijo na boca.

A cerimônia seguiu emocionante e a festa foi o primeiro dia feliz do resto da vida deles!

(FIM)

Amor até o fim: final alternativo

O príncipe encontrado por Amanda não era tão príncipe assim... Amanda foi descobrindo aos poucos que a internet pode ser muito traiçoeira e que o tal príncipe não era nem digno de ser chamada de mendigo... A convivência foi mostrando a ela coisas que a carência afetiva não a deixavam enxergar! Era rude, grosseiro, mentiroso, falso, canalha. Tinha uma outra namorada, ou como ela mesmo se intitulava, uma mulher em outra cidade... Mentia que ia trabalhar e ia ficar com a outra...

O príncipe era, na verdade, um sapo! E Amanda morre de nojo de sapos! Então dispensou o sapão folgado e foi retomar sua vida!

Mais um namoro terminado e Amanda resolve resgatar o romance com Thomas. Mas advinha só! Ele resonde o email de "retorno" contando a ela como estava feliz, pois tinha conhecido uma mulher fantástica, doce (não tanto quanto Amanda), com muitos atributos que Amanda também possuia. Amanda sorriu ao ler o email. Um sorriso triste, mas ela já sabia como esse namoro iria acabar. Ela já tinha feito isso duas vezes!

Mesmo namorando Thomas voltou "a ativa". Conversavam umas 3 vezes por semana e todos os finais de semana! As mesmas conversas, as músicas, algumas novas e outras do início da relação.

Eis que num belo dia Thomas manda um email assim:

"Vou me casar no início da primavera.

Preciso de você aqui!

Se você não vier não me caso!

amor,

Thomas"

Amanda chorou muito, sentia o peito apertado, um vazio imenso na alma! "Como ele vai se casar e quer que eu assista a tudo? Será que eu o magoei tanto assim? Não! Acho que ele só quer a amiga, que ele diz ser sua alma gêmea por perto..."

Um turbilhão de emoções e pensamentos invadiram a cabeça de Amanda e então ela respondeu:

"Não celebro casamentos, mas já que você insiste na minha presença, eu vou!

amor,

Amanda"

E a resposta veio mais rápido do que o habitual, ele demorava uns 2 dias:

"Já comprei as suas passagens, seguem em anexo o voucher. Te espero no aeroporto! Muito obrigada! Você não sabe como a sua vinda me deixa imensamente feliz e tranquilo!

amor,

Thomas"

Amanda arrumou tudo em seu trabalho, para que nada ficasse pendente na sua ausência, e lá se foi, para o que parecia ser o "corredor da morte, pois ela seria testemunha do maior desatre de sua vida: seu grande amor iria se casar!!!!

(continua)

Amor até o fim- Parte 4

Amanda decidiu não ir. Thomas disse que compreendia e que acreditava que um dia eles iriam se encontrar. Amanda sentiu remorso, pois estava namoricando um outro cara. Tentando mais uma vez encontrar Thomas em outros... Quando Amanda contou a Thomas sobre o namorado novo ele ficou muito bravo, desta vez falou pouco, mas foi ácido, áspero e contuso, atingindo em cheio o coração de Amanda de um único golpe.

Uns dois meses depois, quase sem nenhum contato com Amanda, ele manda uma mensagem bem formal e logo em seguida outra dizendo "to hell of it, I miss you woman!" (pro inferno com isso, sinto sua falta mulher)

Nem é preciso dizer o quanto Amanda se derreteu com essa frase! Ela também sentia falta dele, muita falta!!! O namorado novo era um tosco, mas por algum mistério misterioso, Amanda continuava com ele. Mas nunca se sentiu tão só e tão perdida... Precisava de Thomas... E ele sabia disso, e lhe deu novamente todo o apoio de que foi capaz. Mas as conversas estavam cada dia mais espaçadas... Mas Amanda não conseguia evitar o pensamento em Thomas, ainda guradava todos os email, músicas e fotos enviadas por Thomas, até que resolveu terminar o namoro. Escreveu uma mensagem a Thomas contando de sua decisão e de todos os motivos, só não mencionou o principal, nunca deixou de amá-lo.

Thomas respondeu a mensagem de Amanda contando que encontrara uma namorada e dizendo como se sentia com relação a Amanda, que ela lhe dera quase tudo o que ele sempre esperou de uma mulher, menos sexo. Contou que saia com outras mulheres, sempre pensando em Amanda e que se sentia mal e perdido com toda a história dos dois. Amanda ficou arrasada, sabia que não deveria e nem tinha o direito de ficar brava, pois ela já havia arrumado dois namorados. Enviou uma mensagem para ele dizendo o quanto ele a tinha magoado e bagunçado a cabeça dela com uma mensagem que continha, ao mesmo tempo, tudo o que ela sempre pediu (que ele dissesse como se sentia) e tudo o que ela mais temia (ele encontrando outra pessoa).

Vieram as férias, e as conversas já não eram mais tão frequentes e muito menos longas. Conversas que antes duravam 2 ou 3 horas, passaram a durar, quando muito, 30 minutos. Amanda reclamava e Thomas se desculpava dizendo estar extremamente atarefado. 

No aniversário de Thomas, como de costume, Amanda lhe enviou um cartão pelo Correio e deixou várias mensagens de carinho nos sites e no skype. Ligou para Thomas, que mal atendeu já disse a ela "Obrigada por todas as coisas doces que você me enviou". Postou essa frase no tal site onde se encontraram e uma de suas amigas e considerada por Amanda sua pior rival respondeu "De nada!". Amanda quis morrer! Mas deixou uma resposta melhor do que qualquer gorsseria "Eu apenas quis espalhar um pouco de amor pelo seu caminho".

E as conversas raras e curtas continuaram, cada vez mais espaçadas...

Até que um dia Thomas resolve colocar uma foto sua, com o tórax e abdome desnudos no tal site de relacionamentos. Foram muitos os comentários da tal foto e Amanda  quase teve um surto! Primeiro mandou uma mensagem perguntando qual o significado da foto. Thomas não respondeu. Então foi agressiva, pois era só o que lhe restava e deixou um comentário em resposta a pergunta feita por outra amiga de Thomas "O que isso significa?" e Amanda respondeu "Isso significa um homem perguntando às mulheres- Vocês me querem?"

Thomas se calou. Primeiro excluiu a foto do site. Depois cancelou a conta deste site. 

Amanda, como de costume, pediu desculpas quando percebeu que exagerou. Enviou milhares de mensagens, pedindo desculpas, dizendo que o amava, dando bom dia, boa tarde, boa noite. E nada!

Thomas definitivamente se calou! Não entrou mais no skype ou bloqueou Amanda, vai saber! E até hoje não fala mais com ela.

Por enquanto é tudo o que sei. 

FIM 

(ou será apenas mais um capítulo???)

Amor até o fim- Parte 3

E assim seguiram os dois "namorados", muitas e muitas músicas. Sonhos de como seria quando se encontrassem, como seria a vida a dois e de onde seria a casa deles. Um hotel na Itália, com um piano e um violão no Hall de entrada. Casa sobre rodas para que eles pudessem ir para onde quisessem... Um dia ele contou de uma imagem que lhe aprazia a mente: ele sentado na rede, tomando uma taça de vinho e esperando o assado ficar pronto. Ela, colhendo tulipas no jardim da casa dos dois, para colocar na mesa de jantar. Os dois eperavam amigos em casa. E Amanda voou na imaginação, sorriu imaginando a mesma cena!

Época de Copa do Mundo, futebol era um assunto de interesse dos dois. Assistiram aos jogos do Brasil junots, cada um em seu país. Comentavam os lances, festejaram os gols! Pela primeira vez Amanda sentiu que tinha uma relação mais do que de amizade com Thomas, pois ele estava lá! Ele sempre estava on line quando ela precisava! E ela sempre estava on line, esperando por ele.
Um ajudava o outro, se Thomas estava brava, Amanda abrandava seu coração. Se Amanda estava triste, Thomas arrancava uma bela gargalhada dela, arrancava porque ele não parava enquanto não a via gargalhando com alguma besteira que ele falava ou vídeo que ele enviava. Ele era tudo o que Amanda precisava. Ela era a mluher que Thomas sempre desejou.
Mas o problema é que, embora um fosse tudo o que o outro sempre quis, lhes faltava o toque, o carinho, o abraço, o amor carnal...
Ele saiu com várias mulheres, apenas por uma noite, sonhando com Amanda.

Amanda arrumou um namorado na vida real.

Foi a primeira discussão dos dois, algo estranho, via chat, sem gritaria, apenas textos em caixa alta... Amanda sentia o corção acelerado e um sentimento de culpa misturada à incompreensão, fora Thomas que sugerira um namorado real a ela. Suas mãos tremiam enquanto ela digitava rapidamente desaforos e desabafos em inglês.
Um fato mais estranho ainda é que eu acho que os dois choraram nesse dia.

A raiva de Thomas passou e eles continuaram se falando. Amanda não conseguia viver sem a presença virtual de Thomas, e isso não era difrente com ele. Um dia ele mandou uma música para Amanda que traduzida fica mais ou menos assim: 100 dias estão me fazendo mais velho, desde a última vez em que ví seu belo rosto. Amanda explodiu de felicidade quando a ouviu, coração disparado e lágrimas de felicidade cobriram sua face.

Amanda sentia como se estivesse traindo o namorado. Traição mais besta! Via internet!!! Fato interessante: Amanda comparava o namorado com Thomas, e Thomas sempre era melhor... Talves pelo fato de ser virtual, quase inventado.... Vai saber!

O namoro acabou e Amanda decidiu que não iria mais esperar, precisava abraçar Thomas, sentir seu cheiro, e num gesto impulsivo (algo bem comum dessa moça) comprou as passagens e avisou Thomas. Os dois ficaram sorrindo por vários minutos, com a novidade: eles finalmente iriam se encontrar. Todos os amigos, de ambos, disseram que era loucura "Você é doida de ir para um lugar estranho, ficar na casa de um estranho! E se algo acontecer? Quem vai te socorrer?" ou então "Você é um louco, trazer uma estranha para a sua casa!". Mas os dois insistiam que não eram estranhos e mencionavam o fato de estarem em contato há quase um ano.

Mas.... Faltando um mês para a viagem, Amanda encontrou um cara, que a princípio era quase um príncipe, tudo o que ela queria! E esse tal não se opos a viagem mas, assim como os outros, disse a Amanda que era loucura. Nessa mesma época Amanda descobre que Thomas anda flertando com uma outra moça, no tal site de relacionamentos. Uma sensção de vazio domina o coração de Amanda, esse pobre coração, apertado com a incerteza de não ter idéia do que estava acontecendo lá longe... Chora, desabafa com a amiga e pensa se é mesmo uma boa idéia ir encontrá-lo. Vai que ela dá de cara com a "sirigaita"!

Mais uma vez o destino brinca com os dois amantes....

(continnua)

Amor até o fim- Parte 2

Amanda se deu conta do quanto estava infeliz em seu casamento de um modo um tanto inusitado. Théo fez uma viajem a trabalho, de uma semana, e ela se sentiu feliz, aliviada com a ausência de Théo. Então, quando Théo retornou da tal viajem, ela pediu a separação. Foi uma época muito difícil para Amanda, uma sensação de fracasso a invadiu completamente. Mas Thomas (o virtual) a apoiou em todas as dificuldades, a aconselhou inclusive a tentar salvar o casamento. E as músicas continuaram!

Logo depois da separação, em uma conversa com Thomas, Amanda confidenciou que se sentia um fracasso no amor e Thomas enviou Little Wonders- Rob Thomas, uma letra linda que diz que o pior já passou!
Amanda chorou, mas ficou com a sensação de que tudo iria ficar bem!

Dois meses depois disso Thomas teve que ir para a China o que tornou praticamente impossível o contato com Amanda. Eles combinaram de se "encontrar" a meia noite no horário da China, as sextas-feiras e sábados. Em uma destas sextas ele disse a ela que as cerejeiras estavam florecendo e que eram de uma beleza ímpar, o que o fazia lembrar de Amanda, de sua beleza. Então, como se não bastasse ele disse que ela era "Times like these" do Foo Fighters, versão acústica. A face de Amanda se esplodiu em um sorriso fazendo com que Thomas sorrisse também.

Em uma outra sexta-feira ele mandou uma música em Dinamarquês e perguntou o que ela achava da música. Por motivos mais que óbvios Amanda procurou a letra da música na internet e colocou no tradutor on line. A música era a declaração de amor mais linda que ela já havia ouvido e o resumo é mais ou menos assim: eu estava perdido quando você apareceu com todo seu amor, você é doce música, você é meu grande amor.

Amanda chorou de alegria!

(continua)

Amor até o fim- Início

Quem disse que esse tal de amor existe? Eu já disse isso uma porção de vezes, mas confesso que eu não sei muito bem o que é isso... Eu falo do amor entre desconhecidos, entre um homem e uma mulher. Até porque é fácil falar dos outros tipos de amor, o amor incondicional que se tem por um filho ou pelos pais. Mas e por um ser diferente de você? Insisto nessa coisa do diferente porque é exatamente isso que somos, diferentes uns dos outros. E como duas pessoas tão diferentes podem se amar?

Bom, eu vou contar uma história, que talves vire uma estória no final, porque ela ainda não terminou e acho que o final não vai me agradar... E como eu não escrevo finais que me desagradam, porque provavelmente os desagradaria também, eu tomarei a liberdade de mudá-lo. E vou tentar mantê-los atualizados acerca dos acontecimentos, embora eu não seja uma blogueira de plantão!

A história começa meio triste, Amanda estava em uma relação que ia muito mal, aliás, não me lembro muito bem o motivo pelo qual ela ainda insistia de forma exagerada naquilo! Não... Ninguém sabia da ruína que aquele casamento tinha se transformado, Amanda e Théo eram um casal socialmente perfeito. Amanda sabia disso e odiava o fato de tudo aquilo parecer uma mentira, odiava mais ainda o fato de ela mesma contribuir para isso, embora já não sorrisse mais con tanta felicidade... Seus olhos eram tristes, mas Théo não percebia. Acredito eu que o não perceber dele era mais um modo de se proteger do terrível, ele falhara com ela em muitos aspectos. Não foi apenas culpa dele, mas no instante em que ele começou com uma sucessão de falhas ela foi se afastando, ficando triste, irritada e se sentindo cada vez menos. Até que o inevitável aconteceu. Ela foi procurar em outros o que ele não lhe dava no local mais seguro que pode haver, a internet. Flertou, foi desejada e desejou. Mas nada lhe dava prazer, nada poderia preencher o vazio... E Pearl Jam virou sua trilha sonora. Ela costumava brincar que se sua vida fosse um filme, Better Man iria tocar toda vez em que ela aparecia. Ela sonhava mas não encontrava um "homem melhor". E de sonhos foi tocando sua vida, nenhum frio na barriga, nenhum sorriso quando "via" um dos seus namoricos virtuais, era divertido mas não era nada. Um certo dia ela teve um sonho muito estranho, como qualquer sonho que se preze, com um homem. Não era ninguém que ela conhecia, mas ele trazia uma paz, uma confiança em que nada de ruim aconteceria com ela se ele estivesse por perto. E eles passearam por um lugar muito bonito, com um grande rio e casas coloridas em suas margem. E ela acordou apaixonada, a sensação boa continuava. Nesse dia ela sorriu com alegria, esperando que um dia o encontraria. E continuou com seu joguinho de flertes. Se apaixonar pela internet? Ela gargalhava: "Impossível! Eles só querem uma revista pornô que interaja! Para se apaixonar é preciso o olho no olho, o toque, o beijo"- era sua resposta sempre que lhe perguntavam sobre namoros pela rede ou quando lia um artigo sobre o tema. Até que um dia sua opinião mudou. Não mudou de uma hora para outra, levou tempo, uns meses, mas mudou.

Cansada de tanta foto de gente sem graça e de tanto homem querendo apenas sexo, ela se inscreveu um site de relacionamento que havia um certo tempo alguém a havia convidado. Vocês acharam que ela ia desistir? Não! A cidadã é uma "mula empacada" ou como ela mesmo gosta de dizer, "vou até o finalzinho do fim, não gosto de me arrepender". Nesse site há um jogo, que ela já conhecia de outro site, com fotos de pessoas, se você se interessou pela pessoa você clica "sim" e se o ser nem te chamou a atenção você clica "não", se alguém já clicou "sim" na sua foto aparece um "combina" ao invés do "sim", simples e interessante. Embora na minha opinião aquilo se pareça com um "mercado de gente" onde você escolhe os modelos que você mais gosta, ela gostava da brincadeira, gostava de clicar não só para ver as fotos, se alguma lhe interessava muito ela olhava onde o cara morava, se fosse perto era "não" se fosse longe era "sim". Por que ela fazia isso? Quanto mais longe menor o risco de uma traição na vida real, porque as pessoas do site não eram diferentes das que ela já havia "conhecido" na internet, todos queriam só sexo. Nenhuma novidade, mas ela continuou.

Num certo dia, na época entre Natal e Ano Novo, ela estava sem nada para fazer e resolveu brincar de "não" no tal site. Nesse dia o drama de nossa bela e estúpida personagem principal se iniciou...

Ela se deparou com uma foto de um homem muito bonito, que tinha clicado no "sim" para a foto dela. Ela se surpreendeu, "Como um cara tão lindo gostou de mim?", checou de onde ele era, muito longe, e clicou em "combinar". Todas as pessoas com quem você "combina" são colocadas em uma página, onde você é estimulado, para não dizer obrigado, a ter um contato. Ela clicou no ícone "solicitar amizade" e ele aceitou. Começou uma tímida amizade, nada de sexo ou webcams, só conversa. No começo eram cartões enviados por meio do site, conversas on line sobre qualquer tipo de assunto, desde futebol a problemas no casamento dela, passando por filmes e músicas, sem webcam porque o moço era tímido. Mas ele a "ouvia", trocavam opiniões e confidências, ele já estava separado a algum tempo e ela estava pensando em se separar, ele diazia para ela tentar, ela tentava. E foram ficando íntimos, com a velocidade que somente se consegue na internet. Ficar sem internet para ela virou tortura, porque isso a mantinha longe dele. E um sentimento gostoso surgia cada vez em que ele estava "on line"...

Um dia, depois de muitos pedidos dela, ele aceitou um conversa com a camera ligada. Eles já se falavam quase todos os dias havia uns dois meses e ela isnistia diariamente que converar com alguém olhando apenas uma foto era fantasmagórico, então ele aceitou. E, contra a minha vontade, devo admitir que foi um momento único! Pense em dois adultos, muito distantes fisicamente, mas muito próximos espiritualmente, parados, embasbacados um com a imagem do outro, parados, sorrindo, felizes por se verem... Naquele momento ela pensou "é ele, o cara com quem eu sonhei, é ele!"

Logo depois desse encontro virtual ele enviou uma música linda para ela. Ela se sentiu como se ele tivesse lido a mente dela! A música traduzia exatamente o que ela sentia, o quanto ela se sentia uma boba por estar se apaixonando por ele. Como ela saberia se tudo aquilo não era apenas mais um jogo para ele, como havia sido por tanto tempo para ela? Fato: ela estava apaixonada por ele.

(continua)