domingo, 18 de dezembro de 2011

Conexão- Parte 2

Então o homem fala mais uma frase, mas desta vez em uma língua que Sissa dominava:
-Sabia! Fresca assim devia ser francesinha mesmo!
-Pardon? - disse Sissa ainda em francês, meio atordoada com a presença do homem.

-Nada não! Quero dizer, não sou um príncipe encantado, mas você poderia se mais gentil. Tentar um sorriso pelo menos... - disse em português

Sissa já estava hipnotizada pelo olhar encantador do homem, definitivamente brasileiro, pelo sotaque e audácia. Então fechou o livro e disse:
-De onde você é?
-Nossa! É.... Brasil - disse ele meio sem graça, ela tinha entendido o que ele tinha dito e isso não parecia se muito bom. Pelo menos foi o que ele achou.
-Sim! Brasil. Mas eu quiz dizer de que parte do Brasil? Rio de Janeiro?
-É... Isso! Como você sabe?
-Seu sotaque... Hmmm... Prazer, meu nome é Clarisse. Sou de São Paulo, Capital. - disse isso e estendeu a mão.
-Prazer, Rodrigo! Carioca da gema! - falou com sotaque forçado e soltando uma gargalhada ao final da frase.- Desculpa? Cheguei, sentei, invadi teu espaço e ainda te chamei de fresca... Foi mal...
Sissa desatou um largo sorriso, deu de ombros ao mesmo tempo em que fazia sinal de negação com a cabeça. Sua mão direita ainda nas mãos de Rodrigo. Ele a olha extasiado "Meu Deus! Que sorriso lindo!"
-Que foi? - ela o interrompe, puxando sua mão do meio das dele
-Seu sorriso... Você sorri com os olhos! É lindo! - responde Rodrigo sem conseguir ao menos disfarçar sua admiração
Sissa abaixa a cabeça, envergornhada. Elogios não eram o ponto forte da moça, ela simplesmente não sabia o que fazer. Justo ela que tinha resposta pra tudo, que falava sobre tudo, ficava muda ao ser elogiada! Ela sabe que seu sorriso é bonito, muitas pessoas já disseram isso, se acha uma mulher bonita, apesar de muito pequena, sabe que, apesar de não ser um "Einstein" é inteligente, gosta de cultura, livros, economia, política. Ela sabe de tudo isso. Ela só não gosta de ser elogiada. Para ela é como se qualquer coisa que fosse dizer depois de ser elogia seria arrogante ou cheio de soberba demais para ela, uma mulher simples, igual a muitas outras no mundo. Rodrigo então percebe o desconforto de Sissa e muda logo de conversa:

-E esse livro aí?! É legal?

-É sim! Bom... Pelo o que li até agora está interessante. Vamos ver se tem consistência até o final. Sabe como é? Romances... A gente já sabe o final antes de ler!- fala meio sem jeito, enrolando um pedaço dos seus longos cabelos entre os dedos, olhos na direção do livro em cima da mesa, bochechas ainda rosadas e o sorriso que não saía de seus lábios.
Rodrigo sentiu suas mãos umidecerem, a boca, ao contrário, ficava cada vez mais seca. Ele queria dizer algo. Mas o que? Nada lhe vinha a mente, apenas aquele sorriso penetrante, inebriante. "Como ela é linda!"
(continua)

Conexões- Parte 1

Vôo com conexão é sempre uma tristeza. Não que seja triste no sentido da palavra, mas é demorado, cansativo, entediante... Enfim, uma tristeza. Um certo dia, Clarisse, indo para a Europa, pegou um vôo com conexão em Madri. "Apenas 3h de puro tédio no aeroporto", pensou a moça. Mas era a passagem mais barata e Sisse não tinha muita escolha, tempos razoavelmente difícies para quem tem familha morando longe. Os pais de Clarisse, portugueses, resolveram voltar para a "terrinha", mas a moça, com amigos, trabalho e um mundo de possibilidades no Brasil, resolveu ficar por aqui. Então, todo final de ano ia para Portugal passar uns dias com os pais e os irmãos mais novos. Seus pais sempre lhe davam uma ajuda nos custos com a passagem, mas nesse ano não foi possível, uma crise aterrorizava a Europa e Sisse teve que se virar. Passagem com escala em Madri foi o que lhe restou.
Na mala de mão um casaco de inverno, botas e um livro. Sissa sempre anda acompanhada de um livro, principalmente quando sabe que vai ficar esperando. O vôo até Madri foi tranquilo, pelo menos pra Sissa, que dormiu feito pedra (se é que pedra dorme). Chegando em Madri um frio aterrorizante desanimou Sissa, que pegou suas malas e foi procurar um local calmo onde pudesse tomar um bom café e ler seu livro. 
Encontrou um lugar apropriado. Acomodou as malas no chão, embaixo da mesa, pediu seu café, pegou seu livro, acomodou seus pés em cima das malas e começou sua leitura. Mas ledo engano de nossa pequena heroína achar que uma moça bonita feito ela iria conseguir ficar sem chamar a atenção dos transeuntes por muito tempo. Sissa é morena, de olhos verdes escuros e uma pele suave, morena e macia. Lábio carnudos e castanhos. Um corpo mignon, parecendo ter sido desenhado e arquitetado por um anjo completam o visual de nossa pequena personagem, digo pequena porque Sissa tem menos de 1,60m de estatura.
Mal Sissa acabou seu café um homem se aproxima de sua mesa. Sissa percebeu mas não fez nem menção de tirar os olhos de sua leitura. Ele se senta e ela nem se move. Ele tenta um diálogo em inglês, ela finge não entender, embora seja fluente em inglês e francês e conheça "um pouco", como ela mesma diz, de alemão e espanhol. Vendo o pouco caso da moça ele diz, em francês:
-Você é tão linda quanto esnobe. Mas eu não ligo. Ficarei aqui tomando meu café e me embriagando em sua beleza.
-Merci!-disse Sissa agradecendo apenas para que ele soubesse que ela entendeu o recado e voltando logo em seguida para sua leitura.
Mas Sissa não consguia se concentrar mais... "Francês maldito!" pensou ela. Ele tinha um porte de lorde, cabelos castanhos, olhos castanho claro, musculatura bem definida, pelo menos era o que se via, pois sua blusa de lã definia bem o tórax do suposto francês. "Esse ser é lindo! Mas por que ele sentou bem na minha mesa?"
É... Sissa não se achava nada atraente, por conta de sua estatura. Mas parece que não era bem o que esse suposto francês pensava...
(continua)

Balanço de final de ano

É... Mais um ano vai, outro ano vem... E quem é que não faz um balanço de final de ano? Tudo o que ganhamos e perdemos.
Eu perdi bem pouco, ganhei muito! Embora o primeiro semestre tenha sido um inferno, aprendi muito com ele. Aprendi a gastar o que tenho, a não perder tempo com quem não perderia nada por mim. Já no segundo semestre, perdi um grande amor, por me precipitar, e aprendi que esperar, às vezes, é a melhor solução.
Agora estou esperando a tempestade passar, embora eu tenha quase certeza absoluta de que a história já acabou. Então estou esperando novas histórias! Casa nova dentro em breve, viagem tão esperada em pouco tempo, coisas inesperadas que podem acontecer, um grande desafio no começo do ano...
Muitas coisas estão por vir, mas o melhor de todo esse balanço é saber que, independente do que aconteça, eu terei sempre pessoas maravilhosas a minha volta, meus amigos e minha família.
Assim sendo, tenho apenas que agradecer, pois esse ano foi muito produtivo, de muito aprendizado, graças a Deus!
E para desejar um Feliz Natal para vocês, nada melhor do que o que eu considero a melhor propaganda de Natal. Divirtam-se!
Beijos enormes,
Ne