terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Eu e o Freud

Esse distinto senhor da foto ao lado sempre me intrigou, mas eu nunca tinha parado para conhecê-lo verdadeiramente até o dia em que me matriculei no curso de psicanálise.
É obvio que eu já tinha tido contato com alguns conceitos, mas foi no último contato, quando eu fui estudá-lo para dar uma aula sobre suicídio é que eu me apaixonei. Fiquei com vontade de saber mais, de entender mais.
Ok... Ok... O cara não era um amor de pessoa, odiava que discordassem dele e coisa e tal, mas convenhamos, foi uma sacada e tanto falar do inconsciente e da "briga" que ocorre lá!!! Embora suas teorias não sejam tema para muitas discussões e discordâncias, elas foram a base de muitas outras e uma formas de tratar muito mais eficientes do que os eletrochoques e lobotomias. O que ele propôs?  Basicamente ouvir. Disse que  existem objetos (fatos, pessoas) que não suportamos a presença e então os escondemos no inconsciente, mas que retornam ao consciente em forma de sonhos e sintomas, fantasiados, por assim dizer. Disse também que o que nos move são os problemas e a nossa vontade em resolvê-los, que somos guiados por desejos e não por instintos. 
Mas o mais importante para os que trabalham na área da saúde: os pacientes devem ser ouvidos e que as conclusões sempre serão deles e não dos profissionais. Ao terapeuta cabe evidenciar algumas pistas que esse paciente dá ao longo de seus discursos. Principio da Autonomia: bioética! Nesses tempos tão doidos onde ética e caráter já não parecem estar mais na moda acho necessário recordá-los com frequência e usá-los sempre, diariamente.
Não somos perfeitos, mas podemos melhorar! Colocar a culpa nos outros por nossos erros, apesar de ser um mecanismo de defesa, não resolve problemas. E é bom lembrar que a função dos mecanismos de defesa é esperar o momento certo para podermos resolver um conflito e não a de ser uma solução. Esses conflitos não vão ficar guardados num porão escuro para todo o sempre. Não! Eles vão tentar vir a tona disfarçados, tentarão e lograrão êxito!
Assim sendo meus caros, eu vos digo sem medo de errar: encarem seus problemas, seus medos e seus defeitos e tentem organizar um pouco a bagunça que é uma mente humana. Vai doer, por certo, mas será gratificante no final!

Por fim, devo dizer que foi difícil estudandar e entender o pai da psicanálise em um dos semestres em que eu mais trabalhei na minha visa de professora! Mas valeu muito a pena! Suas teorias são complexas mas estruturadas e tirando uma coisinha aqui outra ali, com o devido entendimento do pensamento da época em que foram escritas, o cara é fenomenal!

Então, apesar da quase esquizofrenia causada em mim, devo agradecer, de forma póstuma, ao homem que teve a coragem de ser diferente:  Graças ao senhor e suas teorias passei a ver o mundo e a mim mesma de uma forma diferente! Pela primeira vez em muitos anos parei para me ver de verdade, só um pouquinho de mim. Parei para tentar me entender ao invés de me culpar. Parei, me ví, me entendi e me perdoei.
Obrigada Freud!