quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Notas sobre escolhas e renúnicas

Toda escolha envolve em pelo menos uma renúncia e essa renúncia parece ser motivo de sofrimento para o ser humano. Uma imagem foi montada durante uma supervisão e eu a guardei com muito carinho e ela surge como meu arquivo pessoal quando me deparo com pessoas que se mostram com dificuldades em escolher: uma criança de aproximadamente dois anos em frente a um imenso baú de brinquedos tentando pegar todos os brinquedos. Ela não sabe qual quer, na verdade ela quer todos, não quer renunciar nenhum mas seus pequenos braços não são capazes de segurar todos os brinquedos.
O que essa criança não percebe é que o desejo desenfreado de ter todos os brinquedos a impede de brincar. Ela gasta todo seu tempo ocupada em tentar manter todos os brinquedos em seus braços mas não percebe que essa atitude a impede de se divertir, de conhecer e de ter prazer com um ou quantos brinquedos couberem em seus braços.
Quando não escolhemos optamos pela ansiedade de tentar carregar tudo e postergar a diversão de "brincar". Não escolher é uma escolha, é escolher tentar ter tudo e não ter nada.
Acredito que o medo de sofrer seja o principal motivo dessa escolha, mas não podemos ignorar que as frustrações e a consequente dor são inerentes a todos os seres humanos. O que nos resta fazer é saber como lidar com essas frustrações e aproveitar o máximo da "brincadeira".

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