quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Anjo

É preciso que eu te ame assim, platonicamente
Assim de longe como quem admira um anjo num altar
Pelo menos por hora, até que eu volte a ser leve
E ouvirei teus lamentos, teus sonhos, tuas histórias, tua voz
Estão todos guardados no meu peito.
E teu cheiro sempre haverá de habitar meu mundo
Eas lembranças dos teus beijos sempre me despertarão meu sorriso
E teu sorriso, tímido e cheio de luz, sempre preencherá o vazio que me assola a alma
Por hora te amarei de assim, de longe
Pra não estragar teu jardim de flores tão lindas
Com as pedras que carrego no peito
Platonicamente, de forma pura
Que é a forma da alma tua
E mais que isso que isso não te prometo
Porque nasci no avesso
longe demais pra ser sua
Teu mundo já não habito
Porque sou cinza, não tenho cor
Mas um dia quem sabe eu volte
Porque parte de mim morre nesse adeus
Porque não sei se consigo viver sem os carinhos teus.

Reencontro comigo

Essas duas últimas semanas minha vida deu uma agitada, em parte por eu ter pedido por mudanças mesmo sabendo que as mudanças na minha vida nunca surgem como brisa leve e sempre como um vendaval.
Semana passada me vi perdida em meio a uma imensa tempestade de sentimentos antigos que voltaram a tinha e sentimentos novos, que eu nunca imaginei ter...
Medo, angústia, decepção e feridas abertas que eu fingia não ver me fizeram desabar.
E então você surgiu, leve, feito brisa do mar, me abraçando e, no silêncio da praia, me ouvindo e me acalmando sem precisar dizer uma única palavra. Silenciosamente me amando...
E isso foi tão bom que me deixei ficar por um tempo de olhos fechados, fingindo que o mundo e tudo o que me assustava já não existia mais. E me deixei levar, segurando sua mão. Sua mão foi o que me manteve em pé no meio do vendaval. E assim, como quem não tem medo de nada, fomos passear no seu mundo, um mundo cheio de amor, deixando a dor amenizar pra que eu pudesse tratar.
Agora me sinto forte para poder prosseguir no vento e, quem sabe, dessa vez me encontrar.