quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Tentando entender os conceitos de democracia e liberdade no mundo da manipulação

Vivemos num mundo onde leigos viram PhD de todo e qualquer tipo de assunto e asneiras são propagadas como pestes virulentas por conta da falta de leitura, falta de informação e completa incapacidade de análise crítica imparcial dos propagadores destas pragas. O que era para trazer informação emburrece, pois as informações são propagadas e manipuladas ao bel prazer dos interessados, afinal ler mais do que 6 linhas dá trabalho!
Falam de democracia cega e injusta para justificar atos de vandalismo de pseudo protestantes de cara coberta....
Mas o que é democracia?
Resumindo as cinco acepções trazidas no dicionário on line Houaiss, democracia é um regime onde o povo governa, onde é acatada a vontade da maioria respeitando os direitos a livre expressão das minorias.
Então pode depredar?
Hmmmm.... Achei um frase bastante interessante no site do Consulado dos EUA sobre isso:
"Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade."
Ou seja, para que haja democracia é necessário que haja liberdade. Mas é necessário que saibamos reconhecer que liberdade sem limites, sem respeito, é libertinagem.
Mais Houaiss:
Liberdade- 2: conjunto de direitos reconhecidos ao indivíduo, considerando isoladamente ou em grupo, em face da autoridade política e perante o Estado; poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que lhe faculta a lei.
Libertinagem- 3: insubimissão, indisciplina.
Ou seja, devo usar minha liberdade respeitando o direito a liberdade do outro. Depredação de patrimônio público, independente do motivo, gera gastos desnecessário. É risível defender alguém tão inconsequente!
Outra coisa que muito me incomoda é o fato de ver claramente pessoas sendo manipuladas, guiadas feito gado de comitiva, achando que são muito cultas e esclarecidas e colocando todos que a elas se opõem no patamar de "burgueses não cultos"... 
Anda faltando muita ética e muita capacidade de auto avaliação.
Agora eu pergunto: se a coisa seguir esse rumo aonde é que nós vamos parar???

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Regras e Exceções- Final

Liz e Rafael saem juntos, no carro de Rafael. Já estava entardecendo e Rafael decide ir até a Praça Pôr do Sol, em Pinheiros. Tudo era muito novo e estranho para ambos. Nunca nenhum dos dois tinha se sentido assim, perdido no olhar de outra pessoa, sem reação, sem concentração.
"Eu te amo!" Não! Que besteira... Não posso falar isso sem ter certeza de que é verdade, não mais, não vou repetir o erro, pensa Rafael.
Liz mantém suas pernas unidas, joelhos pra frente, mãos sobre as pernas. Reta, muda. Medo, aflição, dúvidas: "E se ele me magoar? Por que ele iria querer alguma coisa comigo? Sou mais velha, estou acima do peso e.... Meu Deus! Será? Estou mesmo apaixonada?" 
O céu estava lindo, o clima quente de janeiro também ajudava. A noite estava perfeita. Ainda mudos e calados os dois se sentam em um dos bancos da praça e assistem ao espetáculo gratuito oferecido pela natureza. Ambos com as mãos apoiadas no banco. Assim, feito adolescentes. Rafael começa a admirar outro espetáculo, o olhar de Liz para o céu. As linhas de seu rosto, sob a luz, o contorno da boca. "Ela é linda.." pensa e suspira. Liz percebe que está sendo observada e abaixa a cabeça, a face enrusbrescida, o coração disparado, respiração ofegante.
Rafael coloca sua mão sob o queixo de Liz e a traz para sí, os olhares se encontram novamente, mas os olhos se fecham e eles se envolvem em um longo e demorado beijo apaixonado. Abraçam-se, olhando novamente para o sol, quase sumindo na linha do horizonte.
-O que a gente vai fazer?- arrisca Liz, com medo da resposta
-Vamos viver um dia de cada vez. Quero saber como termina essa história, mas pressinto que terá muitos momentos felizes. Afinal, não há nenhuma regra que proiba o namoro entre funcionários na Miranda SA!
Os dois sorriem e deixam a vida levá-los, despreocupados com as regras e exceções do jogo do amor.
Fim

Regras e Exceções-Cap II

As preocupações de Rafael não eram infundadas, além de ser sua funcionária Liz acabara de passar por uma grande desilusão amorosa e ele não se considerava a melhor pessoa para não magoa-la. Além disso considerava que ambos não estavam prontos para entrarem em um relacionamento novamente. Num movimento brusco se levanta e sai da sala deixando Adriano mais confuso ainda.
Liz está na copa, acompanhada por Cintia, que já se casara de perguntar o que havia acontecido. A cabeça de Liz está repleta de perguntas sem respostas. A beleza de Rafael era evidente, qualquer mulher se sentiria atraída por um homem como ele, moreno de olhos esverdeados, um corpo escultural distruibuido em 1,80m de estatura. Mas ela não poderia estar apaixonada! Não por Rafael, um narcisista arrogante!
De fato Rafael gostava muito da visão que os espelhos o proporcionavam, mas, ironicamente, era um homem preocupado com o bem estar geral. Um excelente ouvinte dos problemas alheios, sempre tinha um bom conselho para quem o procurasse, fosse amigo fosse funcionário. Nunca teve problemas em delegar funções e sempre deixou que seus funcionários conduzissem projetos. Ou seja, muito pouco arrogante.
Liz fecha os olhos e o sorriso contagiante de Rafael surge na sua frente. Ele sorri com os olhos, pensa ela. Liz costumava evitar esse sorriso porque se sentia desconfortável cada vez que era direcionado a ela. Se sentia em perigo. Era como se ele tivesse um imã que fizesse com que Liz fosse impulsionada a ficar ao lado dele e nunca mais sair dali. Era como se ela estivesse em risco de ficar em órbita, ao redor dele, se olhasse aquele sorriso.
Rafael entra na copa e diz:
-Liz! Precisamos conversar! Só nós dois! Agora! Vamos?-Cintia fez menção de intervir, mas Rafael a impediu antes mesmo que fosse capaz de pronunciar uma só palavra- Não Cintia... Agora não...
Estendendo a mão para Liz ele pede: Vamos?
-Tá... Vamos...- pausa, olha para Cintia- Não se preocupe, a gente só vai caonversar, né Rafael?!
Cintia faz uma cara de poucos amigos para os dois mas os deixa ir, afinal ambos estão precisando desta conversa. Adriano entra na copa, vai para o lado de Cintia, coloca suas mãos sobre os ombros da esposa e diz em tom amigável:
-Estaremos aqui se vocês precisarem.
Embora Adriano e Cintia estivessem confusos com os últimos acontecimentos, não estavam nem um pouco surpresos. Os olhares trocados por Rafael e Liz eram muito claros em suas intenções. Os olhos e os sorrisos  brilhavam quando se encontravam. Era um pouco óbvio para quem via os dois juntos, menos para os dois. Quando alguém cogitava a hipótese de um dia Rafael e Liz ficarem juntos eles sempre respondiam "Imagina!" e davam vários motivos para não dar certo. Um dos argumentos mais ussados por Liz era "Ele é casado! Se faz com ela vai fazer comigo!". Mas esse argumento perdeu sua força há 2 meses, quando Rafael se divorciou.

Regras e exceções- Cap I

Miranda Comunicações e Eventos, uma empresa familiar, fundada pelo jornalista Heitor Hernandez Miranda, tinha sua sede em um modesto prédio na região central de São Paulo.  Após a morte de Dr Heitor (como era chamado) seus filhos tomaram a dianteira do negócio, pois Dona Firmina, a esposa e sócia majoritária, deixou a gestão da empresa para seus filhos e retornou para a Espanha, lugar que, segundo ela, nunca deveria ter deixado. A sede era em um sobrado construído no início do século passado, adaptado para atender as necessidades da empresa.
A discussão se ouvia na sala de reuniões, que ficava no primeiro andar, logo abaixo da sala da diretoria, onde Liz e Rafael discutiam calorosamente sobre as novas diretrizes que a empresa deveria tomar. Liz é gerente de marketing da "Miranda Comunicações e Eventos" e Rafael o diretor e filho do dono. 
-Me respeita menina! Você me deve respeito!- Grita Rafael já de dedo posto na cara de Liz, ignorando completamente o fato de ser alguns anos mais novo que ela.
Liz, ainda mais indignada e com os olhos em chama, segura o dedo indicador de Rafael com a mão esquerda e se aproxima ainda mais dele e com um tom suave mas muito irritado diz:
-Eu te respeito, mas não sou obrigada a concordar com o seu medo de mudanças! Não fui contratada para fazer o que sempre fizeram! Estou aqui para inovar, quer você goste ou não!
Olhos se encontraram e vozes se calaram. A distância entre os dois era mínima, os corpos quase se encontravam. Era quase um estado de coma mútuo, o olhar não se desviava e nenhum outro músculo de ambos se movia.
Cíntia (irmã de Rafael) e Adriano (marido de Cintia), que ouviram a discussão calorosa da sala de reuniões, entram nesse exato momento:
-Gente! Quando só ouvi silêncio achei que vocês tinham se matado!- disse Adriano, em tom de brincadeira.
Liz e Rafael voltam do "coma" e se separam como se tivessem levado um choque elétrico, com um pulo para trás.
-Vocês estão bem?- pergunta Cintia
Sem olhar para os dois sócios que acabaram de entrar na sala Liz e Rafael respondem em uníssono:
-Sim.
-Não parece! Vocês dois parecem ter saído de um coma!!! Querem água?- pergunta Cínthia, tentando entender o que ocorreu naquela sala e novamente recebe uma resposta monossilábica e em uníssono:
-Sim.
-Ah que ótimo!- disse Adriano em tom irônico- Agora os dois vão brincar de jogral?! Allguém pode me explicar o que está acontecendo antes que eu eu decida analisar o óbvio da cena?
-Desculpa!- novamente em uníssono, mas agora estão falando um para o outro. Liz pega suas coisas em cima do sofá, toma o copo d'água quase de uma só vez e sai da sala. Cintia a segue.
-Meu Deus! O que foi isso? Vocês estavam quase se matando, 15 minutos de berros e seguidos de um silêncio sepulcral! Aí a gente entra na sala e encontra vocês dois em estado vegetativo. Você deu na cara dela?
-Claro que não Adriano!!!- Rafael diz isso e se joga no sofá, sentado, cabeça entre as mãos, cotovelos apoiados nos joelhos.-O que foi isso?
Nunca nenhuma mulher tinha afetado tanto a concentração e bom senso de Rafael como Liz fazia.