domingo, 14 de agosto de 2016

Impedimentos

Achei que ia morrer quando fui preterida... Cheguei a sentir o imenso vazio que a sua saída causou dentro de mim, me diminuindo e me partindo em vários pedaços. Por cerca de um mês eu sobrevivi aos dias, apenas acordando e cumprindo as tarefas. A minha dor era visível, quase palpável de tão intensa.

Passado um mês decidi que sobreviver não era bom e fui procurar alguém, um colo, um sorriso novo. Talvez devesse ter dado um tempo maior mas não achava que iria encontrar alguém tão rápido e tão cedo. Achei que seriam meses de farra e diversão... Me enganei. Talvez por ter me encontrado com você no meio do trânsito e ver o quanto eu ainda te amava e o quanto tudo aquilo ainda doía imensamente eu acabei antecipando um encontro para aquele mesmo dia. Era para ser apenas um encontro mas foi mais parecido com um reencontro. A conversa fluiu, os olhares durante todo o jantar, as mãos dadas ao levantar da mesa e o beijo no meio da avenida foram o começo de um novo tempo, mais leve e mais calmo.

Ainda sinto sua falta e ouso dizer que o que eu sentia por você ainda não mudou. Tenho medo de te encontrar e ao mesmo tempo tenho uma saudade que me maltrata a alma. Sigo teus passo por onde posso, tento te dizer como estou. Às vezes invado seu espaço, te ponho em risco e corro riscos. E por isso acho melhor voltar ao começo e fazer como te sugeri da primeira vez: te amar assim de longe, platonicamente, como quem admira um anjo num altar.
"Mas um dia quem sabe eu volte
Porque parte de mim morre nesse adeus
Porque não sei se consigo viver sem os carinhos teus."
Mas por hora estamos em impedimento, nossas histórias fazem parte de outras histórias e por mais que a gente nunca tenha deixado de se falar como havíamos prometido antes, mandando um sinal de vida da forma que encontramos, você preferiu seguir sua história inicial e eu fiquei na vida que sobrou da minha vida.
Não consigo te apagar, nem sei se quero. 
Não sei nem como terminar essa carta...
Só sei que nada mudou e nesse nada você me preteriu...
Medo do que será é melhor do que a certeza de que nada mudará.
Mas eu não sei...

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