domingo, 18 de dezembro de 2011

Conexões- Parte 1

Vôo com conexão é sempre uma tristeza. Não que seja triste no sentido da palavra, mas é demorado, cansativo, entediante... Enfim, uma tristeza. Um certo dia, Clarisse, indo para a Europa, pegou um vôo com conexão em Madri. "Apenas 3h de puro tédio no aeroporto", pensou a moça. Mas era a passagem mais barata e Sisse não tinha muita escolha, tempos razoavelmente difícies para quem tem familha morando longe. Os pais de Clarisse, portugueses, resolveram voltar para a "terrinha", mas a moça, com amigos, trabalho e um mundo de possibilidades no Brasil, resolveu ficar por aqui. Então, todo final de ano ia para Portugal passar uns dias com os pais e os irmãos mais novos. Seus pais sempre lhe davam uma ajuda nos custos com a passagem, mas nesse ano não foi possível, uma crise aterrorizava a Europa e Sisse teve que se virar. Passagem com escala em Madri foi o que lhe restou.
Na mala de mão um casaco de inverno, botas e um livro. Sissa sempre anda acompanhada de um livro, principalmente quando sabe que vai ficar esperando. O vôo até Madri foi tranquilo, pelo menos pra Sissa, que dormiu feito pedra (se é que pedra dorme). Chegando em Madri um frio aterrorizante desanimou Sissa, que pegou suas malas e foi procurar um local calmo onde pudesse tomar um bom café e ler seu livro. 
Encontrou um lugar apropriado. Acomodou as malas no chão, embaixo da mesa, pediu seu café, pegou seu livro, acomodou seus pés em cima das malas e começou sua leitura. Mas ledo engano de nossa pequena heroína achar que uma moça bonita feito ela iria conseguir ficar sem chamar a atenção dos transeuntes por muito tempo. Sissa é morena, de olhos verdes escuros e uma pele suave, morena e macia. Lábio carnudos e castanhos. Um corpo mignon, parecendo ter sido desenhado e arquitetado por um anjo completam o visual de nossa pequena personagem, digo pequena porque Sissa tem menos de 1,60m de estatura.
Mal Sissa acabou seu café um homem se aproxima de sua mesa. Sissa percebeu mas não fez nem menção de tirar os olhos de sua leitura. Ele se senta e ela nem se move. Ele tenta um diálogo em inglês, ela finge não entender, embora seja fluente em inglês e francês e conheça "um pouco", como ela mesma diz, de alemão e espanhol. Vendo o pouco caso da moça ele diz, em francês:
-Você é tão linda quanto esnobe. Mas eu não ligo. Ficarei aqui tomando meu café e me embriagando em sua beleza.
-Merci!-disse Sissa agradecendo apenas para que ele soubesse que ela entendeu o recado e voltando logo em seguida para sua leitura.
Mas Sissa não consguia se concentrar mais... "Francês maldito!" pensou ela. Ele tinha um porte de lorde, cabelos castanhos, olhos castanho claro, musculatura bem definida, pelo menos era o que se via, pois sua blusa de lã definia bem o tórax do suposto francês. "Esse ser é lindo! Mas por que ele sentou bem na minha mesa?"
É... Sissa não se achava nada atraente, por conta de sua estatura. Mas parece que não era bem o que esse suposto francês pensava...
(continua)

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