quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Receitas prontas de felicidade

Vivemos num tempo onde tudo acontece rápido e as pessoas ficaram apressadas demais, fazem coisas demais, trabalham demais...
Receitas egocêntricas de felicidade são vendidas sob a forma de livros de auto ajuda, assumidos ou não, como se o ser humano fosse um ser independente e capaz de ser feliz sozinho de forma rápida, intensa e duradoura!
Desculpem o aparente pessimismo, mas os antigos já diziam que "tudo que vem fácil vai fácil" e a felicidade é algo passageiro que, quanto mais difícil de conquistar mais intensa ela é. 

Tenho a sensação de que hoje em dias as pessoas possuem a expectativa de alcançar algo "grandioso" em um curto espaço de tempo. É como se esperássemos ser os gerentes da empresa após um ano de ter sido admito nessa empresa. Queremos tudo de mais lindo pra ontem! E isso tudo é um modo de vida muito ansiogênico (que causa ansiedade) e frustrante, porque exige um tanto de trabalho e dedicação para alcançar as coisas almejadas e, quando alcançamos, temos uma felicidade momentânea e partimos em busca de novos desafios.
O ser humano é um eterno insatisfeito e é essa insatisfação que garante o movimento, movimento é vida! Essa eterna busca pela satisfação/prazer/plenitude é que chamamos de vida!
 Outro fato importante: dinheiro compra muita coisa mas agrega muito pouco valor à vida. Eu sei que parece aqueles posts de Facebook mas é um fato! Note que quando estamos ansiosos, tristes ou com outros sentimentos desagradáveis temos a tendência de sair gastando. O prazer da compra é momentâneo, passa rápido, porque coisas não substituem pessoas e como já disse há alguns parágrafos acima, a insatisfação é inerente ao ser humano vivo.
E se você me permite, provocar-te-ei a tomar ciência de sua existência utilizando-me da lógica cartesiana "cogito ergo sum"*:
  • Onde está sua família enquanto você trabalha muito para proporcionar uma residência de alto nível para sua família, excelentes escolas para seus filhos, um baita carrão do ano? 
  • Será que seus filhos precisam mesmo frequentar ballet, judô, inglês, artes, mandarim e outras muitas aulas para serem felizes? 
  • Será que a pessoa com quem você prometeu dividir a vida precisa mesmo de um imenso apartamento na zona nobre?
  • O que faz você feliz? O que é mais importante pra você? O que te "completa"?
Não responde agora não, só te peço que siga se questionando!

Num momento muito egocêntrico eu gostaria de te contar uma coisa que eu descobri levando porrada da vida:
Seus filhos e aquela pessoa (esposa/marido) precisam mesmo é da sua companhia! Amor e valores só recebemos em casa. A casa deve ser o nosso ninho, nosso refúgio e não um dormitório coletivo de pessoas que mal se conhecem. Depois de anos me anulando e tentando atingir o inatingível, de um divórcio e ao olhar pra mim e não me reconhecer passei a dar valor para as pequenas felicidades da vida, a escolher o que me dá prazer e não o que me dá status e estresse. Enquanto eu não me valorizar nada vai fazer com que eu me sinta melhor. Aprendi a reconhecer que sou um ser humano, com falhas, defeitos, qualidades e doçuras, igual a todo mundo e ao mesmo tempo muito exclusiva. Voltei a me ver, me reconhecer e a amar, apesar de ainda ter muito medo, estou aprendendo a viver sem muita pressa.
Ando bem feliz ;)

Bjooooo
Ne

PS: Receitas prontas de felicidade não existem, cada um faz a sua própria.

*penso logo existo



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