terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Uma rosa e um cartão em branco- a carta de despedida


Minha querida e linda Ana,

Há quase 2 anos, no dia 22 de fevereiro, às 23 e alguma coisa eu morri pela primeira vez. E hoje, com uma certa nostalgia percorrendo minha alma, resolvi ver o que você anda ouvindo  naquele aplicativo bacana de música. Alejandro Sanz me contou que você sempre vai pensar em mim e que tudo já se acabou, embora a gente tenha se amado muito. Disse também que eu fui a sua ruina...
Algumas lágrimas rolaram e eu resolvi te escrever mas ainda não sei se você vai ler ou se vai simplesmente ignorar essa carta. Acho que nunca saberei...
Eu nunca planejei te amar como eu te amei, nunca achei que era possível amar alguém tanto assim e em tão pouco tempo.A forma como você chegou e como juntas enfrentamos vários probleminhas do dia a dia como quem cuida de quem quando estávamos com nossos filhos. Era tudo tão natural que a gente quase não precisava conversar, apenas vivíamos.
Os nossos pic-nics, nossas risadas após o amor, as brincadeiras e piadas, a leveza com que você me fazia levar a vida e o amor são coisas que levarei no meu coração como um tesouro, minha jóia rara, minha herança dessa vida é o amor que sentimos um dia uma pela outra.
Mas você não era livre, não poderia ser minha e quando teve que escolher eu fui preterida. Ela tinha mais, era mais e as crianças também estavam lá e precisavam de você muito mais do que eu...
Desde o nosso primeiro beijo, no sofá da minha sala depois de uma visita casual até aquele maldito telefonema que me arrancou a alma e destroçou meu coração você foi meu tudo, meu mundo, minha calma, minha vida e acredito que por ter sido tanto foi tão difícil te deixar ir.
Mesmo depois de separadas encontramos uma forma de dizermos como estávamos e o quanto ainda éramos importantes uma para outra. Muitas músicas e um único telefonema me fizeram continuar acreditando no amor.
É claro que eu continuarei pensando em você com todo o carinho de sempre, com toda a ternura que vivemos nossos doces dias de verão.
Sinto-me liberta da prisão em que eu mesma me coloquei há 2 anos atrás e você Ana, com sua constante leveza, me ajudou a sair dela. Fomos nos despedindo aos poucos, levemente, com muitas canções. O nosso amor pela música nos ajudou a nos aproximar e a suportar a dor de nos separarmos.
Desculpe por ter sido sua ruina... 
Queria ter te conhecido uns muitos anos antes, quando você ainda era livre e antes de ter feito sua escolha definitiva de vida...
Cuide-se bem, dê voltas ao mundo, se encontre e seja sempre muito feliz!
Da sempre sua,

Clara

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